Luís Uva: “A maior parte das complicações que surgem da depilação a laser são fruto de má avaliação clínica”

12/05/2021
Com a aproximação do inverno são muitas as mulheres que desejam avançar com a depilação definitiva. Para esclarecer dúvidas e receios o HealthNews decidiu consultar um especialista em dermatologia que deixou alguns alertas sobre os cuidados que devem ser tidos antes e depois de uma sessão a laser. O Dr. Luís Uva, Diretor Clínico da Personal Derma, sublinha que "é muito importante que estas pessoas consultem um médico para ter a certeza de que podem fazer depilação a laser", pois algumas doenças ou a toma de alguns medicamentos podem afetar a segurança e eficácia do tratamento.

HealthNews (HN)- São muitas as mulheres, e cada vez mais homens, que desejam eliminar os pelos de forma permanente, sendo o inverno a melhor época para avançar com a depilação a laser. Que tipo de informação e cuidados devem ser considerados por estas pessoas antes de iniciar os tratamentos?

Luís Uva (LU)- É muito importante que estas pessoas consultem um médico para ter a certeza de que podem fazer depilação a laser. É preciso saber se têm alguma doença ou se estão a fazer alguma medicação para garantir que o tratamento é realizado em segurança.

HN- Em que situações este procedimento não deve ser aplicado?

LU- A maior parte dos problemas ou complicações que surgem da depilação definitiva são fruto de uma má avaliação clínica. Há pessoas que têm alguma doença que é fotossensível e a pele responde de forma diferente das outras ou, nalguns casos, a pessoa está a tomar algum medicamento que também sensibiliza a pele.

HN- É nesses casos que surgem queimaduras?

LU- Sim.

HN- Existem vários tipos de laser que devem ser utilizados em função das caraterísticas da pele, pelo e área tratada. Quer falar um pouco sobre este assunto?

LU- Há diferentes tipos de laser que podem ser utilizados para fazer a depilação… O ideal, em termos tecnológicos, será o triple wave. Este laser trabalha com três comprimentos de onda diferentes. O triple wave acaba por ser o ideal, uma vez que atinge o pelo com menos energia, mas é mais específico e, portanto, origina menos complicações. Tem ainda outra vantagem importante que está relacionada com a dor, este tipo de laser dói muito menos.

HN- O número de disparos do laser varia consoante a zona que está a ser tratada?

LU- Sim. Se estamos a tratar uma zona mais pequena obviamente que vamos disparar menos vezes o laser do que numa zona maior e com mais pelo.

HN- A periocidade deste tipo de tratamento é mensal. Existe algum motivo?

LU- Sim. Os pelos não estão todos na mesma fase de crescimento. É também por esse motivo que não se consegue eliminar os pelos todos numa única sessão. É preciso várias sessões uma vez por vez.

HN- As pessoas devem ir depiladas antes das sessões. Se sim, porquê?

LU- Sim porque o pelo é como se fosse um “alvo”. Caso a pessoa não esteja depilada o laser pode queimar a pele. O laser vai aquecer o pelo que está na superfície e provocar mais facilmente queimaduras.

HN- Após a depilação, que recomendações os pacientes devem seguir?

LU- Devem ter cuidado com a exposição solar. Não devem apanhar sol para não surgir a chamada hiperpigmentação pós inflamatória. Ou seja, a pele inflama com o laser e se a pele apanhar sol pode ficar com manchas. Isso acontece também quando o laser é utilizado de forma errada.

HN- Os preços que são praticados no mercado variam bastante. É suposto desconfiar dos estabelecimentos que oferecem sessões a preço baixos?

LU- Existem centros que fazem tratamentos por pessoal não médico ou sem supervisão médica, como deveriam ser feitos. Por outro lado, há centros a utilizarem apenas luz pulsada, mas para que tenha algum efeito têm de ser cumpridos alguns parâmetros de maneira a não surgirem queimaduras.

Entrevista de Vaishaly Camões

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Equipas comunitárias baixam internamentos e readmissões na saúde mental

O coordenador nacional das políticas de saúde mental realçou hoje a redução de internamentos e readmissões conseguida pelas equipas comunitárias, garantindo que, até março, as 40 previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) estarão todas no terreno.

MAIS LIDAS

Share This