Marcelo vai ao funeral de piloto que morreu a combater fogo no Gerês

10 de Agosto 2020

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, confirmou este domingo que vai estar presente no funeral do piloto do avião de combate a fogos que se despenhou no sábado na Galiza.

“Tenho transmitido nos funerais das vítimas aos seus familiares aquilo que está no coração do povo português e farei o mesmo relativamente à vítima que está a ter transladada de Vigo para Leiria, não os esquecemos”, afirmou o Presidente da República.

À margem de uma visita à cidade de Silves, no Algarve, o chefe de Estado destacou o “esforço muito grande” dos operacionais para enfrentarem fogos “em condições difíceis” e com “ignições simultâneas por todo o continente, dificultando a concentração de meios”.

Esse esforço tem-se refletido na “ausência de vítimas” nas populações e de danos nas povoações, “mesmo quando o fogo anda muito próximo”, destacou.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou o elevado número de operacionais que foram “vítimas mortais e outros que tiveram ferimentos mais ou menos graves” a quem devida uma homenagem.

Com a época de combate a fogos a não ter “ainda chegado a meio”, o Presidente da República alertou para o facto de “poder haver” fogos florestais “até ao final de outubro”, sendo que os meses que passaram “representam menos de metade dos que ainda faltam”, sendo, por isso, “sensata” toda a precaução.

No sábado, o Presidente da República disse que tinha apresentado condolências à família do piloto português que morreu na sequência da queda de um ‘Canadair’ na zona do Lindoso, Ponte da Barca, quando combatia o incêndio que ainda lavra no Gerês.

“Já tive ocasião de apresentar as minhas condolências, os meus sentimentos, ao Henrique, filho do piloto Jorge Jardim, que faleceu em circunstâncias dramáticas, ao serviço da comunidade, no combate ao fogo, que tudo indica que está a caminho de estar extinto”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo Rebelo de Sousa revelou ter falado também como o filho do piloto espanhol, gravemente ferido no mesmo acidente.

“Fica aqui registado, com grande pesar meu, aquilo que é mais um triste acontecimento nesta época de fogos”, declarou.

O avião despenhou-se, pelas 11:20 de sábado, numa área do território espanhol, “a cerca de um, dois quilómetros da fronteira com Portugal”, disse à Lusa fonte oficial da Proteção Civil.

O piloto, de nacionalidade portuguesa, de 65 anos, morreu no local, apesar das tentativas realizadas pelos elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica, enquanto o segundo piloto, de nacionalidade espanhola e de 39 anos, foi assistido no local e transportado em “estado grave” para o Hospital de Viana do Castelo, de onde foi transferido para Braga, estando agora fora de perigo.

No mês de julho os meios de combate aos incêndios florestais voltaram a ser reforçados passando o dispositivo a estar na sua capacidade máxima, sendo o grande desafio conciliar esta época mais crítica em fogos com a resposta à pandemia de Covid-19.

A Diretiva Operacional Nacional, que estabelece o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais para este ano, indica que os meios são reforçados pela terceira vez este ano com a entrada em vigor do denominado ‘reforçado – nível IV’, que termina a 30 de setembro.

Até essa data, vão estar operacionais 11.825 operacionais, 2.746 equipas, 2.654 veículos e 60 meios aéreos, um aumento de 3% face a 2019.

LUSA/HN

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