“Em vez de ser o doente a ir ao hospital, é o hospital que vai ao doente, acompanhando-o no seu domicílio, numa perspetiva de humanização dos cuidados de saúde”, sintetizou a diretora da Unidade de Medicina Paliativa.
Em declarações à Lusa, Celeste Gonçalves explicou que em causa está o projeto “Paliativos consigo”, que será posto em prática por uma equipa multidisciplinar, constituída por um médico, um enfermeiro, um psicólogo, um assistente social, um assistente espiritual e um oncologista.
“Para o terreno vão sempre um médico e um enfermeiro. Depois, e consoante a especificidade e as necessidades de cada doente, poderão seguir alguns dos outros profissionais da equipa ou mesmo todos”, referiu.
O projeto surgiu face à constatação do aumento do número de utentes que a Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos (EIHSCP) do Hospital de Guimarães tem vindo a acompanhar desde a sua implementação, em 2013.
Além disso, a situação resultante da pandemia de Covid-19 também serviu como “toque de alerta” para a necessidade de apostar nos cuidados paliativos ao domicílio.
“Há muitos doentes que precisam de cuidados paliativos para quem a obrigação de se deslocarem ao hospital significa um sofrimento acrescido, e é esse sofrimento que queremos evitar”, disse ainda Celeste Gonçalves.
O projeto “Paliativos consigo” foi vencedor de um concurso lançado pela Fundação La Caixa, que assim vai financiar os custos com pessoal e equipamento.
Por outro lado, a Liga dos Amigos do Hospital de Guimarães ofereceu uma viatura para as deslocações ao domicílio.
Para já, o “hospital paliativo” irá apenas à casa dos doentes de Guimarães e Vizela, mas está já equacionada a possibilidade de abranger também o concelho de Fafe.
Numa segunda fase, provavelmente a partir do final deste ano, já deverá haver um “trabalho em rede” entre o hospital e os centros de saúde.
“Está prevista uma ação de consultadoria com os nossos colegas dos centros de saúde para que também eles, com a nossa ajuda e o nosso parecer, possam passar a cuidar dos seus próprios doentes com visitas domiciliárias”, disse Celeste Gonçalves.
Nesta fase, a equipa de “Paliativos consigo” funcionará de segunda a sexta-feira, das 08:00 às 20:00.
Aos sábados e domingos, vai funcionar com um enfermeiro das 09:00 às 15:00 e um médico em regime de prevenção.
A equipa disponibilizará ainda apoio telefónico diário entre as 09:00 e as 20:00.
LUSA/HN
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