Estudo aponta que infeção prévia deu maior proteção do que a vacina contra a variante Delta

20 de Janeiro 2022

Os não vacinados, mas que já tinham estado infetados com Covid-19, estavam mais protegidos contra a variante Delta do que as pessoas apenas vacinadas, aponta um estudo da autoridade de saúde dos Estados Unidos divulgado esta quarta-feira.

Para os Centros de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, apesar destes dados “a vacinação continua a ser a estratégia mais segura” contra o vírus SARS-CoV-2.

Contrair a doença expõe as pessoas a complicações sérias, enquanto as vacinas provaram ser extremamente seguras e eficazes, salienta esta autoridade de saúde norte-americana.

O estudo foi realizado antes das doses de reforços estarem amplamente disponíveis e do aparecimento da nova variante Ómicron, que representa atualmente mais de 99% dos novos casos de Covid-19 nos Estados Unidos.

Os resultados da investigação fornecem elementos-chave para analisar de uma forma mais eficaz as diferenças entre a imunidade adquirida pelas vacinas ou devido a uma infeção.

Os CDC estudaram casos nos estados de Nova Iorque e Califórnia, entre maio e novembro de 2021.

A variante Delta tornou-se dominante nos Estados Unidos no final de junho do ano passado.

Ao longo do período em análise, as pessoas menos protegidas foram, sem margem de erro, aquelas que não foram vacinadas nem tinham contraído a doença anteriormente.

Mas antes do surgimento da variante Delta, as pessoas que foram vacinadas e nunca contraíram a Covid-19 estavam mais protegidas do que as pessoas não vacinadas, mas que já tinham sido infetadas.

Após a disseminação da Delta, este cenário inverteu-se.

Os indivíduos vacinados, mas não previamente infetados, correram menos seis vezes risco de contraírem a doença no Estado da Califórnia e cerca de cinco vezes menos em Nova Iorque.

Este risco foi ainda mais reduzido para pessoas previamente infetadas, mas não vacinadas, sendo o risco 29 vezes menor na Califórnia e 15 vezes menor em Nova Iorque.

Sobre o risco de hospitalização, os autores do estudo apenas encontraram uma inversão semelhante entre os dois períodos (antes e depois da variante Delta) na Califórnia.

Para os CDC, estes dados explicam-se devido aos diferentes “estímulos da resposta imune” causados pelo contacto com o vírus real ou com a vacina.

Esta reversão também “coincidiu com o início da diminuição da imunidade induzida pela vacina em muitas pessoas”, antes das doses de reforço, acrescentam os autores do estudo.

Os CDC observam que os dados recolhidos sobre a Delta em outros países “também demonstram uma maior proteção para indivíduos previamente infetados, vacinados e não vacinados, em comparação com a vacinação apenas”.

Apesar dos resultados, os autores do estudo garantem que é necessária uma investigação mais aprofundada, para apurar a durabilidade da proteção conferida pela infeção contra cada uma das variantes, incluindo a Ómicron.

A Covid-19 provocou 5.553.124 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.

LUSA/HN

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