Berlusconi, de 85 anos, foi internado no domingo no hospital San Rafael, em Milão, para se submeter a exames médicos de rotina, segundo fontes do seu partido, o conservador Forza Italia, e continuará hospitalizado por mais alguns dias devido a uma infeção, escreveu hoje o jornal italiano Corriere della Sera.
Apesar de “estar bastante bem” no que diz respeito ao seu estado de saúde, está “triste, deprimido, alternando a raiva com o desânimo”, afirmaram fontes próximas do magnata italiano, referindo que Berlusconi se sente dececionado por ter abandonado a corrida à Presidência italiana.
Berlusconi mal atende o telefone e tem recebido muito poucas visitas, apenas de pessoas mais próximas, nomeadamente da sua filha Marina, segundo referiu o jornal italiano.
Os ‘media’ italianos relataram ainda que Berlusconi recebeu, entretanto, um telefonema do seu “número dois”, Antonio Tajani, que lhe explicou como está a situação do processo de eleição do próximo chefe de Estado italiano, em curso no parlamento.
O parlamento italiano vai reunir-se hoje para uma terceira votação, prevendo-se que também não haja um acordo sobre o novo Presidente de Itália.
As negociações para chegar a um nome que consiga reunir a maioria estão num impasse, embora os meios de comunicação italianos apontem que uma das colaboradoras mais próximas de Berlusconi, a presidente do Senado, Maria Elisabetta Casellati, poderá ser indicada para o cargo pela coligação de direita formada pelo Forza Italia e pelos partidos de extrema-direita Liga e Irmãos de Itália.
No sábado, Berlusconi anunciou que retirava, relutantemente, a sua candidatura para suceder a Sergio Mattarella como chefe de Estado de Itália, um cargo que, embora essencialmente simbólico, exige habilidade política para conduzir o país através das suas frequentes crises políticas.
O Presidente italiano é eleito para um mandato de sete anos por sufrágio indireto de uma assembleia composta pelos membros das duas câmaras do parlamento (629 deputados + 321 senadores), aos quais se somam 58 delegados das regiões. Ou seja, no total, 1.008 “grandes eleitores”.
Nas três primeiras votações, é exigida uma maioria de dois terços (672 votos), mas, a partir da quarta votação, a maioria absoluta (metade dos votos mais um, ou seja, 505) é suficiente.
A votação é feita em boletins secretos no hemiciclo do palácio Montecitório, a sede da Câmara dos Deputados (câmara baixa).
LUSA/HN
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