“É importante dizer que têm vindo a baixar os números, comparativamente com os números da semana anterior, o índice de transmissibilidade (…) também tem vindo a diminuir, e, portanto, são bons indicadores, diria, para que possa vir a haver uma adaptação relativamente a esta evolução epidemiológica”, disse António Lacerda Sales a jornalistas em Vilamoura, à margem da sessão de abertura do Congresso Português de Endocrinologia, que decorre até domingo.
Questionado sobre se está a ser ponderada a diminuição do período de isolamento para pessoas infetadas com Covid-19, atualmente fixada em sete dias, o secretário de Estado respondeu que essa é uma decisão “técnica” e “que gradualmente e progressivamente se pode vir a adaptar” à evolução epidemiológica.
A incidência de infeções com o coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal aumentou para 7.163,7 casos por 100 mil habitantes e o índice de transmissibilidade (Rt) voltou a baixar, para 1,05, segundo dados hoje divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Segundo o boletim diário sobre a evolução da pandemia de Covid-19 em Portugal, o Rt – que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus – desceu de 1,09 a nível nacional, na quarta-feira, para 1,05, o mesmo acontecendo considerando apenas Portugal continental, onde baixou de 1,10 para 1,05.
António Lacerda Sales adiantou que, relativamente ao esperado alívio progressivo das restrições, o uso de máscara deveria ser das últimas medidas que cada um deveria aliviar.
“Por enquanto [o uso de máscara] ainda é importante, dada a incidência, dado o índice de transmissibilidade, continua a ser importante irmos mantendo máscara, nomeadamente, em espaços fechados ou com grandes aglomerados”, advertiu.
Mas, “há de chegar o tempo em que ficará um pouco ao critério de cada um e à responsabilização individual de cada um” o uso de máscara, considerou Lacerda Sales, dizendo que o seu uso é uma das “grandes lições” desta pandemia e que deverá ser “das últimas medidas que cada um” deverá aliviar.
“Com certeza, num futuro a médio e longo prazo cada um dos grupos [de risco], ou cada uma das pessoas deverá, por iniciativa própria tomar essa decisão”, sublinhou, referindo-se à população mais vulnerável, notando que se está a entrar “numa fase de transição para uma maior responsabilização individual”.
A Covid-19 provocou pelo menos 5.698.322 de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.127 pessoas infetadas com o SARS-CoV-2 e foram contabilizados 2.843.029 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
LUSA/HN
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