De acordo com o médico especialista em doenças infeciosas, Ricardo Correia de Abreu, os dados dos estudos 1489/1490 revelaram “níveis elevados de eficácia e robustez” do uso do fármaco na supressão virológica do VIH e desenvolvimento de mutações de resistência.
“Biktarvy é, portanto, uma estratégia terapêutica que alia a comodidade e simplicidade à potência e robustez, o que transmite, quer ao clínico quer ao doente, confiança tanto no início do tratamento, idealmente o mais precoce possível, como na persistência do mesmo, bem como para as metas da UNAIDS que nos propomos atingir”, destaca o especialista.
Por outro lado, os resultados dos estudos apresentados na 29ª Conferência sobre Retrovírus e Infeções Oportunistas (CROI 2022), revelaram que não houve alterações significativas nos marcadores metabólicos, ósseos e renais.
Entre os participantes no estudo, a variação mediana do peso desde a avaliação basal até à Semana 240 foi de 6,1 kg, consistente com os dados anteriormente apresentados. O estudo 1489 também demonstrou impacto de pequena magnitude na densidade mineral óssea (DMO) ao longo de cinco anos. As alterações percentuais médias na DMO da anca e coluna vertebral na Semana 240 em participantes tratados com Biktarvy foram de -0,29% e -0,23%, respetivamente.
Nos dois estudos, cinco participantes (n=5/634) desenvolveram um evento adverso relacionado com o medicamento em estudo que levou à descontinuação do medicamento. Além disso, ao longo de 240 semanas, observaram-se em ambos os estudos alterações numericamente pequenas na mediana da TFGe (taxa de filtração glomerular estimada) e rácios estáveis de CT:HDL (Colesterol Total:Lipoproteína de Alta Densidade).
O medicamento desenvolvido pela Gilead representa, assim, novas janelas de oportunidade para o tratamento de doentes com VIH.
PR/HN/Vaishaly Camões
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