África do Sul aprova uso de comprimido do laboratório Merck

18 de Fevereiro 2022

O regulador do setor dos medicamentos na África do Sul anunciou na quinta-feira que tinha aprovado a utilização do comprimido contra a Covid-19 do laboratório Merck, destinado a adultos de alto risco.

A Autoridade Reguladora dos Medicamentos da África do Sul disse numa declaração que tinha “autorizado condicionalmente a importação de Molnupiravir”, um tratamento antiviral oral, por um período inicial de seis meses.

“A autorização do Molnupiravir (…) oferece um tratamento adicional na luta contra a covid-19”, disse o chefe da Autoridade Reguladora de Produtos Sanitários da África do Sul (SAHPRA), Boitumelo Semete-Makokotlela.

Com mais de 3,6 milhões de infeções e 96.000 mortes registadas desde o início da pandemia, a África do Sul é o país mais afetado do continente.

Tomado no período de cinco dias após o início dos sintomas, o medicamento desenvolvido pela Merck (Merck Sharp & Dohme fora dos Estados Unidos e Canadá) limita a capacidade do vírus de se replicar, travando assim a doença.

O fármaco reduz o risco de hospitalização e morte em 30% na população suscetível, de acordo com os ensaios clínicos realizados em 1.400 participantes, antes do surgimento da variante Ómicron.

No entanto, o tratamento permanece “ativo” contra a variante Ómicron, disse a empresa americana em finais de janeiro, com base nos resultados de seis estudos laboratoriais.

O comprimido da Merck foi aprovado em meados de dezembro nos Estados Unidos e final de janeiro na União Europeia (UE).

A Merck assinou um acordo de licenciamento voluntário que permitirá aos fabricantes de genéricos produzir o seu medicamento, para facilitar o acesso global a um preço acessível.

Assinado em janeiro, o acordo permitirá o acesso ao medicamento a 105 países de baixo e médio rendimento.

Embora a vacinação continue a ser o principal instrumento na luta contra a pandemia, os peritos congratulam-se com a chegada dos tratamentos orais da covid-19 – da Merck e de outra empresa norte-americana, a Pfizer.

Mais fáceis de fabricar do que as vacinas e sem necessidade de uma cadeia de frio, os medicamentos irão acabar por estar disponíveis nas farmácias, mediante receita médica, e podem ser tomados facilmente em casa, enquanto os anteriores tratamentos contra a covid-19 são administrados por via intravenosa.

LUSA/HN

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