O anúncio surgiu depois da WWF, considerada a maior organização não governamental (ONG) internacional de conservação da natureza, ter adquirido a licença para o uso de redes de pesca comerciais numa área com 100 mil quilómetros quadrados.
A WWF pretende estabelecer um santuário para milhares de dugongos, tartarugas, golfinhos e outras espécies que habitam a região entre o cabo Flattery e o estreito de Torres.
A ONG ambientalista comprou a licença, por um valor não especificado, de uma associação de pescadores, que se preparava para implantar novas redes, ancoradas no fundo do mar e que capturam os peixes quando tentam atravessar.
“Não é uma prática normal para uma organização de conservação comprar licenças de pesca comercial para as não usar. Mas é uma maneira prática de remover a ameaça a uma secção do recife incrivelmente importante para espécies ameaçadas”, disse o diretor para os oceanos da WWF Austrália, Richard Leck.
Apesar da criação desta área de proteção, só as autoridades australianas podem declarar a região da grande barreira de coral como uma área especial de proteção permanente que exclui o uso de redes de pesca, acrescentou a WWF.
“Ao comprar licenças, a WWF fez o trabalho pesado. Agora estamos a pedir aos governos australiano e [do estado] de Queensland que criem uma área de gestão especial sobre o extremo norte do recife para proteger permanentemente esta área da pesca comercial”, sublinhou Leck.
A iniciativa faz parte do plano “Norte sem Redes” que pretende evitar a captura em redes comerciais de espécies ameaçadas de extinção, como dugongos, tartarugas e golfinhos, além de tubarões-martelo e tubarão-dente-de-lança.
A WWF lembrou que um relatório mostrou, em 2020, que existem cerca de sete mil dugongos e 282 mil tartarugas jovens e adultas na área norte de cabo Flattery, no nordeste da Austrália, e recomendou medidas contra a captura acidental destas espécies.
LUSA/HN
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