No texto das conclusões da reunião de dois dias do Conselho Europeu, que ontem terminou, os chefes de Estado e de Governo da UE “convidam” a Comissão Europeia “em coordenação com parceiros internacionais” a dar prioridade “à segurança alimentar global e acessibilidade de preços na Ucrânia e em países terceiros mais vulneráveis e expostos” ao aumento dos preços.
A iniciativa Missão Resiliência Alimentar e Agrícola (FARM, na sigla inglesa) terá como objetivo central “assegurar o funcionamento eficiente dos mercados e encorajar a produção local a reduzir o risco de insegurança alimentar”.
No que respeita à UE, o executivo comunitário terá que desenvolver medidas de curto prazo para garantir a acessibilidade de preços dos alimentos ajudando, ao mesmo tempo, os agricultores face à subida dos custos de produção e de médio prazo para apoiar a transição para um sistema alimentar sustentável.
Um mês depois do início da guerra, 45% dos ucranianos estão preocupados em encontrar comida suficiente para sobreviver, alertou o Programa Alimentar Mundial (PAM).
“Os alimentos são uma das principais preocupações do povo ucraniano, a par da segurança e do combustível”, afirmou o porta-voz do PAM, Tomson Phiri, em conferência de imprensa.
Segundo o mesmo responsável, um em cada cinco ucranianos tomou medidas para fazer face à escassez de comida.
Na quinta-feira, o Parlamento Europeu apontou a “necessidade urgente de medidas temporárias e reversíveis para aumentar a produção da UE na época de colheita de 2022, a fim de contribuir para a segurança alimentar da União”.
Por essa razão, pediu a mobilização “com urgência” de 479 milhões de euros no âmbito da reserva de crises para ajudar o setor agrícola a fazer face às atuais dificuldades do mercado.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
LUSA/HN
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