Quando se fala em higiene oral surgem várias certezas: deve escovar-se os dentes pelo menos três vezes por dia, usar fio dentário regularmente e ir ao dentista com alguma frequência. E em relação à língua? Deve-se dedicar tempo à sua higienização ou é um mito que a raspagem da língua traz benefícios para a saúde? O Viral esclarece as dúvidas com a Ordem dos Médicos Dentistas.
“A língua apresenta, no seu dorso, uma superfície rica em papilas que favorece a acumulação de uma variedade de microrganismos, os quais podem contribuir para a formação de placa bacteriana”, começa por explicar Otília Lopes, médica dentista e membro da Comissão Científica da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD).
Logo, de acordo com a especialista, “a escovagem da língua com a escova de dentes ou com o raspador contribui para o controlo da proliferação desses microrganismos e redução da placa bacteriana. Na literatura recente são apontadas vantagens à escovagem da língua, nomeadamente, no controlo da halitose e numa melhor aparência clínica da própria língua, sendo inclusive recomendada na promoção de uma boa higiene oral”.
“A escovagem da língua com a escova de dentes ou com o raspador contribui para o controlo da proliferação desses microrganismos e redução da placa bacteriana. Na literatura recente são apontadas vantagens à escovagem da língua, nomeadamente, no controlo da halitose e numa melhor aparência clínica da própria língua, sendo inclusive recomendada na promoção de uma boa higiene oral”.
Como se deve raspar a língua? E com que frequência?
Otília Lopes garante ao Viral que a higienização da língua pode ser feita com a própria escova de dentes ou com um raspador de língua, uma vez que “ambos se têm revelado eficazes na remoção transitória de microrganismos”. No que diz respeito à frequência, a dentista esclarece que deve ser feita uma limpeza regular ao longo do tempo. No entanto, “existe falta de evidência quanto à frequência, duração e o modo de como se deve higienizar a língua”.
“Contudo, estão descritas instruções, como por exemplo: posicionar a língua o mais para fora possível da cavidade oral, localizar onde se encontra a placa acumulada, colocar o raspador ou escova o mais posterior possível e tentar que esteja em contacto com toda a superfície da língua e deslizar para anterior, lentamente, para minimizar o reflexo de vómito”, concluiu a médica.
O Barómetro da Saúde Oral 2021 revela que, “num ano marcado pela pandemia da Covid-19, a percentagem de portugueses que não foram ao médico dentista nos últimos 12 meses subiu quase 5 pontos percentuais, face aos valores de 2019”.
Desenvolvido pela consultora QSP para a Ordem dos Médicos Dentistas, o último Barómetro mostrou que 56,5% dos inquiridos justifica a redução no número de idas ao médico dentista com a pandemia de Covid-19. Além disso, o estudo apurou que “cerca de 28% dos portugueses nunca visitam o médico dentista ou apenas o fazem em situações de urgência” – ainda assim uma melhoria face aos resultados de 2019. Como justificação para não marcar consultas regulares, 70% das pessoas disse que não precisa, 22% afirmou que não tem dinheiro e 17% alegou não ter problemas com os dentes.
“Num ano marcado pela pandemia da Covid-19, a percentagem de portugueses que não foram ao médico dentista nos últimos 12 meses subiu quase 5 pontos percentuais, face aos valores de 2019”.
Entre outras coisas, esta edição do Barómetro apurou que quase 70% da população portuguesa tem falta de dentes naturais (à exceção dos dentes do siso), perto de “9% tem falta de todos os dentes” e “52,6% dos portugueses com falta de dentes naturais não têm dentes de substituição”. 76.2% dos inquiridos afirmam escovar os dentes com frequência (pelo menos duas vezes por dia), o que equivale a menos 1,4 pontos percentuais do que em 2019. Em relação às crianças, 73,4% dos menores de seis anos nunca visitam o médico dentista (uma das variantes que subiu em 2021).
Texto publicado ao abrigo da parceria entre a plataforma de Fact Checking Viral-Check e o Heathnews.pt
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