“A questão da habitação e de haver um défice na oferta é, realmente, um problema”, afirmou Ana Valentim, a propósito da apresentação, hoje à tarde, do Diagnóstico Social do concelho pelo Conselho Local de Ação Social de Leiria (CLASL), liderado pelo município.
Destacando os valores das rendas “muito elevados” devido às quais “muitas pessoas não têm, efetivamente, condições de chegar ao mercado privado de arrendamento”, a vereadora, que tem, entre outros, os pelouros da Habitação, Saúde e Migrantes, exemplificou ainda com a chegada a Leiria dos deslocados da guerra na Ucrânia, para sublinhar que há “muitas dificuldades no acesso à habitação”.
Ana Valentim também elencou a saúde mental como outra grande problemática, notando que já no Diagnóstico Social de 2017 esta área tinha sido referenciada como prioritária.
“Não tem havido muito investimento e com a pandemia é do conhecimento geral que as questões da saúde mental irão, eventualmente, agravar-se”, salientou.
Neste âmbito, a autarca referiu que estão a ser organizadas as I Jornadas de Saúde Mental de Leiria, que decorrerão no fim do mês, para se conhecer, entre outros aspetos, o que localmente se tem feito e o que mais se pode fazer neste âmbito.
“A saúde mental tem de estar na ordem dos assuntos mais prementes de intervenção”, defendeu.
O Diagnóstico Social do concelho de Leiria foi produzido com a colaboração dos parceiros da Rede Social (100 no total, maioritariamente do setor social e entidade públicas).
Para a sua elaboração, foram constituídos 12 grupos de trabalho que incluíram áreas de intervenção que não estavam referenciadas em 2017, como as pessoas em situação de sem-abrigo, os migrantes ou as comunidades ciganas.
Segundo uma nota de imprensa da Câmara, o documento, a vigorar por quatro anos, é “estratégico para o concelho”, pois “define prioridades e identifica as potencialidades e vulnerabilidades” do território.
A sua atualização “é fundamental para a emissão de pareceres que permitam a implementação de novas respostas sociais e candidaturas a financiamento”.
À Lusa, Ana Valentim destacou “o trabalho de parceria” neste Diagnóstico Social, disse esperar que “este documento tenha impacto” e notou que “estar atualizado é uma mais-valia para todas as entidades do CLASL que queiram efetuar candidaturas no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”.
“Aquilo que pretendemos é que as conclusões que se tirarem do Diagnóstico Social vinculem, também, os parceiros sociais, nomeadamente a Câmara, para a adoção de programas e de medidas políticas, para minimizar as problemáticas”, declarou.
Questionada sobre o que gostaria de ver resolvido até 2025, o prazo de vigência do novo Diagnóstico Social, a autarca destacou a habitação.
“O Município tem aprovada a sua Estratégia Local de Habitação, temos trabalho a fazer nessa área, mas era importante que a habitação deixasse de ser uma área tão problemática como tem vindo a acontecer, nomeadamente o facto de famílias em situação de vulnerabilidade terem muita dificuldade no acesso à habitação”, disse.
Por outro lado, é importante, igualmente, que “todos os parceiros assumam este compromisso da necessidade de se envolverem e tentarem minimizar, com projetos, parcerias e atividades, algumas destas problemáticas”, afirmou a vereadora.
“É um apelo que faço a todos os parceiros, que também se envolvam e que assumam este compromisso como um compromisso de todos e estratégico para o concelho”, acrescentou.
A Rede Social, implementada em Leiria em 2003, teve início com 42 parceiros.
LUSA/HN
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