Solução não é mais VMER mas mais competências para tripulantes de ambulância, diz associação

10 de Maio 2022

Os técnicos de emergência médica defenderam esta segunda-feira a formação das tripulações de ambulância em paramedicina como alternativa à rede de viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER), que tem “pouca capacidade de resposta” fora dos grandes centros.

“O que se afigura certo e eficiente, e de forma emergente, é o início da educação em paramedicina às tripulações das ambulâncias, aumentando o seu conhecimento e as suas competências, para atuarem em conformidade com as situações de emergência médica pré-hospitalar diárias em benefício dos pacientes”, adiantou a Associação Nacional dos Técnicos de Emergências Médica (ANTEM).

Em comunicado, a ANTEM salientou que a solução não passa pelo aumento da rede das VMER, alegando que muitos destes meios estão a 10 minutos dos principais hospitais, “quando deveriam estar deslocados dos grandes centros, onde os tempos de chegada ao hospital muitas vezes são superiores a 50 minutos”.

“Conscientes que não podemos ter um médico para cada paciente, consideramos que podemos e devemos ter operacionais o mais diferenciados possível na prestação dos cuidados de emergência médica pré-hospitalar — à semelhança de outros países -, o que só se pode atingir com educação de nível superior com base científica atualizada”, considerou ainda a associação.

De acordo com a ANTEM, são conhecidas as dificuldades dos hospitais, a quem cabe a responsabilidade de garantir escalas para as tripulações da VMER, na contratação de profissionais de saúde, constrangimentos que se têm agravado com a “carência de médicos e enfermeiros com formação na área”.

Perante isso, a ANTEM considera que criação de paramédicos com formação específica permitiria “minimizar as desigualdades e assimetrias do litoral para o interior” nesta área, que é marcada por um “nível de cuidados de emergência médica pré-hospitalar nas grandes cidades e um mero socorro no centro do país”.

“Será inevitável a criação da paramedicina agora ou daqui a alguns anos”, considerou também a associação, alegando que essa opção permitirá uma melhor prática na prestação de cuidados de emergência médica pré-hospitalar, a redução de custos e uma menor taxa de morbilidade e mortalidade.

De acordo com a associação, atualmente os tripulantes de ambulância apresentam um nível baixo de qualificação e competências, “um modelo obsoleto e incapaz de dar uma resposta eficaz”, uma vez que “podem pouco mais do que administrar oxigénio, o que é, no mínimo, uma falta de responsabilidade por parte das entidades responsáveis”.

“Os elementos que tripulam as ambulâncias são e vão ser sempre o garante da prestação dos primeiros cuidados de emergência médica pré-hospitalar em 99% [dos casos], sendo os primeiros a chegar ao local”, sublinhou ainda a associação.

LUSA/HN

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