“Junho é também o mês contra todas as hipocrisias. Faz um ano esta semana que foi debatido no parlamento a iniciativa do Bloco de Esquerda: a legalização da canábis. Como sabem esse processo não chegou até ao fim. E da hipocrisia e no conservadorismo há uma certeza que temos: faz sempre mal à saúde pública”, declarou Catarina Martins, durante o comício do Bloco de Esquerda que decorreu na tarde de sábado na Biblioteca Municipal de Santo Tirso (distrito do Porto).
O Bloco de Esquerda acredita que este é o momento em que Portugal tem condições para fazer passar a iniciativa de legalizar a canábis, porque há em todas as bancadas deputados que há perceberam que a hipocrisia de proibir é uma forma de colocar os jovens em risco.
“Defender a saúde pública é acabar com a hipocrisia. E nós acreditamos que há neste momento todas as condições para acabar com esta hipocrisia em Portugal. O Partido Socialista tem maioria absoluta, mas também prometeu que nestas questões daria liberdade de voto. E sabemos como há tanta gente, em todas as bancadas do parlamento, que já percebeu que a hipocrisia da proibição tem sido uma forma de colocar jovens em risco”, afirmou.
No mercado ilegal, a canábis tem ficado cada vez “mais perigosa”, alertou a líder bloquista, observando que, sem informação e sem se saber o que é que estão a consumir, muitas pessoas “põem em risco a sua saúde”.
“Controlar os riscos e acabar com a hipocrisia é a política de saúde pública e esse é também o compromisso que o Bloco de Esquerda faz num mês em que se comemora o 20.º aniversário da estratégia nacional de luta contra a droga e em que faz um ano que tivemos este debate”, explicou.
A coordenadora do Bloco de Esquerda também defendeu hoje melhores políticas culturais: “para resgatar a memória do que somos” e como “fomos construídos”.
“É a luta do trabalho, quando fazemos a luta da política cultural. A luta para que os sítios da cultura sejam sítios para toda a gente”, salientou.
Para Catarina Martins, “uma democracia só o é, quando todas as pessoas, de todas as condições entrarem (…) em todos os espaços oficiais ou oficializados para a prática cultural. E é por isso que todas as terras precisam da sua biblioteca, como precisa do seu teatro”.
LUSA/HN
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