Em declarações à agência Lusa, o responsável das Termas da Curia, José Romão, explicou que este ano já se sente um crescimento, “agora que a covid-19 não está tão visível”.
“A pandemia condicionou muito a atividade, embora tenhamos a vantagem de estar inseridos num parque de 14 hectares de vasto arvoredo, que acaba por dar bastante segurança aos clientes das Termas e do nosso Hotel”, sustentou.
Em 2019, as Termas da Curia contaram com cerca de 1.300 clientes: aproximadamente 900 no termalismo clássico e perto de 400 no termalismo de saúde e bem-estar.
“O termalismo clássico ainda tem o maior número de utentes, embora o termalismo de saúde e bem-estar esteja a crescer. Há cada vez mais clientes a procurar o termalismo de saúde e bem-estar, especialmente para fazer programas de dois ou três dias”, informou.
A pandemia veio “incrementar novas rotinas” até nos utentes mais antigos, que há vários anos frequentam o termalismo clássico, e que agora vêm em diferentes alturas do ano.
“A maior frequência continuar a sentir-se nos meses de junho, julho, agosto e setembro, mas percebemos que começam a dividir a sua estada em dois períodos mais curtos e, em vez dos 14 dias habituais, vêm sete dias em dois períodos distintos do ano”, referiu.
De acordo com José Romão, a hidropinia é o tratamento mais realizado nas Termas da Curia, sendo complementado por massagens, hidromassagem ou piscina termal.
“A ingestão de água termal é eficaz e tem ação direta nos rins, por exemplo, melhorando muito a sua qualidade de vida. Temos consciência de que quem frequenta as termas até pode diminuir significativamente os custos do Serviço Nacional de Saúde, porque saem daqui e não precisam de tantos cuidados. No caso da pedra no rim, se calhar não são necessárias tantas operações a laser”, evidenciou.
No seu entender, os tratamentos termais são “um complemento para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, proporcionando benefícios no corpo e saúde do termalista.
No entanto, disse acreditar que para haver um incremento deste tipo de tratamentos “seria necessário haver um maior conhecimento por parte da classe médica sobre os benefícios que as termas podem trazer aos seus doentes”.
“Não falamos só de saúde física, falamos também de saúde mental, que cada vez mais está na ordem do dia. Não é só a questão da ingestão de água, mas também do relaxamento que sentem neste ambiente”, apontou.
O administrador das Termas da Curia, que completam 120 anos de existência, garantiu não ter dúvidas de que “o ambiente é fundamental para a pessoa se sentir descontraída, recuperando de um ano de trabalho, de stress e de maleitas”.
“A nossa mais-valia é este parque com cerca de 14 hectares, com um lago onde os clientes podem andar de gaivota e usufruir do meio ambiente gerado pelas árvores, a sua diversidade, aromas e tranquilidade”, descreveu.
Esta oferta é complementada com “todo um leque de atrativos” existentes neste concelho do distrito de Aveiro, entre os quais o Aliança Underground Museum, o Museu 2 Rodas ou o Museu do Vinho da Bairrada.
“Outra coisa que tem ajudado é o turismo desportivo, principalmente através das provas do Velódromo de Sangalhos, que traz muitos clientes, quer às Termas, como ao Hotel. Acaba por dar uma sustentabilidade muito grande e a Câmara Municipal de Anadia tem tido uma dinâmica muito grande no sentido de trazer muitos eventos”, concluiu.
As Termas da Curia têm uma capacidade diária para receber “100 a 120 termalistas” e fazem parte de um complexo turístico que engloba o Parque da Curia, o Hotel das Termas – Curia, Termas, Spa & Golf e o Campo de Golf.
Abertas durante todo o ano, as Termas da Curia têm a singularidade de possuir uma ‘buvette’ estilo Art Déco, sendo as suas águas mineromedicinais de natureza sulfatada cálcica e magnésica.
As águas desta estância termal são aconselhadas no tratamento de doenças metabólico-endócrinas, cálculos renais, infeções urinárias, hipertensão arterial, doenças reumáticas e musculo-esqueléticas.
LUSA/HN
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