A fábrica instalada pelo laboratório farmacêutico alemão BioNTech na capital ruandesa, Kigali, é a primeira das três planeadas para o continente africano.
“Esta inauguração é um passo histórico para a equidade nas vacinas”, disse o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, numa cerimónia em que participou o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, o chefe da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, e outros altos funcionários.
África é o continente que está menos vacinado contra a Covid-19, com menos de 20% dos seus 1,2 mil milhões de pessoas com duas doses de vacina.
A pandemia revelou a enorme dependência da África das vacinas importadas e o seu atraso tecnológico em relação à Europa, China e Estados Unidos.
“A melhor maneira de combater a desigualdade é colocar as ferramentas nas mãos daqueles que mais precisam delas”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A BioNTech disse que planeia empregar cerca de 100 ruandeses, assim que a fábrica estiver operacional, e treiná-los para fazer várias novas vacinas, utilizando a mais recente tecnologia mRNA.
“A ideia é que (…) as vacinas para os africanos sejam produzidas no continente africano”, disse o diretor executivo da BioNTech, Ugur Sahin, à agência AFP.
Garantiu que a tecnologia implantada no Ruanda – e mais tarde nas fábricas na África do Sul e no Senegal – assegura que as vacinas serão produzidas “com a mesma qualidade do que em qualquer outro lugar”.
“Porque é que os africanos não deveriam ter acesso aos produtos farmacêuticos mais modernos e eficazes? Não há nenhuma razão para isto”, acrescentou.
A produção incluirá vacinas para a Covid-19, mas também tratamentos pioneiros atualmente em desenvolvimento para a malária, tuberculose e VIH.
Os ensaios em humanos de uma vacina contra a malária BioNTech, utilizando a tecnologia mRNA, deverão começar em finais de 2022.
LUSA/HN
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