Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas depois de participar numa iniciativa sobre emprego para os jovens, no antigo picadeiro junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.
Questionado se foram aprendidas as lições do incêndio de Pedrógão Grande no que respeita à limpeza de terrenos, o chefe de Estado considerou que desde então “as pessoas compreenderam em muitos casos essa necessidade, houve instituições que atuaram, as autarquias fizeram um esforço grande ao longo dos anos para agir aí”.
“Mas há muito trabalho para fazer. Isso é inevitável, que é uma tarefa imparável aquela que tem a ver com os fogos e tem a ver com a prevenção dos fogos e com o criar uma gestão florestal e uma gestão das áreas que podem arder para o futuro. É uma tarefa que nunca está acabada, é evidente”, acrescentou.
Desafiado a fazer um balanço do combate aos incêndios no atual período de situação de contingência no território continental, respondeu: “Olhando para aquilo que aconteceu até agora, mas com essa precaução, podemos dizer que, felizmente, não há casos fatais, e que os casos de feridos não têm comparação com o que se previa e com aquilo que aconteceu em anos anteriores. Mas é até agora a situação”.
O Presidente da República referiu que “neste ano o tipo de incêndios foi um bocadinho diferente dos anos anteriores, não foram tanto florestais, foram mais perto das povoações”, portanto, o combate também está ser diferente.
“Mais fácil – se é que há combate fácil – na medida em que o tipo de combate não implicava uma mobilização de meios próprio do combate nas grandes florestas, mais difícil porque mais próximo das habitações e mais atento a evitar danos pessoais”, comparou.
Marcelo Rebelo de Sousa realçou que ontem “as condições meteorológicas tiveram uma evolução não desfavorável, para não dizer muito favorável”, e observou: “É talvez o dia menos preocupante dos vários que temos vivido”.
Contudo, ressalvou logo de seguida que “até domingo à noite ainda há que acompanhar com muita atenção” a situação, para a qual pediu “a atenção e a prevenção cívica dos portugueses”.
Interrogado sobre quando irá aos locais dos incêndios recentes, o chefe de Estado reiterou que deixou de ir ao terreno enquanto ao mesmo tempo está a haver combate aos fogos.
“Se e quando, como espero, acontecer uma evolução positiva – mas estamos em julho, depois haverá agosto e haverá setembro – durante um período de tempo, eu tenho uma disponibilidade imensa durante este verão para ir ao menos pontualmente a duas ou três áreas em que houve intervenções, para ver o pós”, disse.
Marcelo Rebelo de Sousa prometeu coordenar eventuais visitas com o Governo e com a Proteção Civil. “Vamos ver, quando for possível, e se não tiver entretanto nenhum compromisso externo em simultâneo – posso ter ou não”, concluiu.
Sobre as reivindicações e queixas de autarcas relativas aos meios disponíveis para combate aos incêndios, o chefe de Estado considerou natural e legítimo que queiram “uma resposta imediata” para os respetivos municípios ou freguesias: “Essa é a função dos autarcas”.
“É assim, como aconteceu na pandemia, são necessariamente muito exigentes. A dificuldade é depois gerir em coordenação esses meios para ocorrer a situações que são inesperadas”, apontou.
LUSA/HN
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