“Todos os dias ouvimos casos de maternidades e urgências que fecham, mas estes problemas já vêm de há muitos anos porque não tem havido investimento suficiente no SNS”, afirmou à agência Lusa Cecília Sales, da direção nacional do MUSP.
Estas ações de protesto vão realizar-se “em defesa do SNS, porque é uma conquista de Abril e um sistema de saúde de excelência no mundo”, e para exigir ao Governo mais investimento em “recursos humanos e equipamentos”, sublinhou.
Além disso, assinalou Cecília Sales, “não têm sido resolvidos os problemas das carreiras e as diferenças salariais dos profissionais de saúde, que depois emigram ou vão para o setor privado, onde têm remunerações mais elevadas”.
As concentrações promovidas pelo MUSP estão marcadas para junto de unidades de saúde de Lisboa, Aveiro, Santarém, Santiago do Cacém (Setúbal) e São Bartolomeu de Messines, no concelho de Silves (Faro).
Uma das iniciativas realiza-se, a partir das 10:00, junto ao Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, sede da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), que gere a unidade hospitalar e os centros de saúde e extensões da região.
Também em declarações à Lusa, o porta-voz da coordenadora das comissões de utentes do litoral alentejano, Dinis Silva, disse que na ação haverá intervenções para “denunciar os problemas e apontar soluções”, seguindo-se a votação de um manifesto.
“Se for aprovado, o manifesto será enviado para os diversos organismos do Estado, Presidente da República, Ministério da Saúde, Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo e ULSLA”, adiantou.
Segundo Dinis Silva, no litoral alentejano, que abrange os concelhos de Sines, Santiago do Cacém, Grândola, Alcácer do Sal e Odemira, com mais de 100 mil habitantes, “os problemas são mais que muitos” no setor da saúde.
“Não temos a valência de enfermeiro de família e há cerca de 14 mil utentes sem médico de família”, indicou, realçando que o Hospital do Litoral Alentejano deixou de ter, recentemente, consulta de pediatria.
Por outro lado, o responsável referiu que só “há um médico cardiologista para os cerca de 100 mil utentes” da região, considerando “inadmissível” que exista apenas um clínico desta especialidade “para toda a população”.
“Há também várias especialidades com os tempos de espera muito elevados”, mas “o máximo dos máximos é a oftalmologia”, em que “a consulta tem um tempo de espera de cerca de 300 dias”, vincou o porta-voz.
Entre outras dificuldades, Dinis Silva apontou a carência de enfermeiros na região, salientando que “faltam cerca de 100 enfermeiros no hospital e nos centros de saúde para os serviços funcionarem com a regularidade devida”.
LUSA/HN
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