“A pandemia complicou as coisas, fazendo com que muitas empresas portuguesas deixassem de colaborar devido à situação [de crise] na Venezuela”, disse o presidente do Lar da Terceira Idade Padre Joaquim Ferreira à agência Lusa.
Osvaldo Freitas explicou que também muitos portugueses deixaram de fazer contributos particulares, o que tem criado dificuldades ao orçamento do lar, cujas esperanças se centram agora nas tertúlias da Academia do Bacalhau, do grupo “Los Panas” (os Amigos) e dos Parceiros da Nau sem Rumo.
“Assinámos o acordo do com o Governo português, que é fundamental, mas foi muito menos que o peditório que fizemos. Estamos a contar que no próximo ano vai ser melhor, porque com a quantidade atribuída realmente não podemos manter o lar”, disse Osvaldo Freitas.
O presidente do Lar explicou que tinham pedido 80 mil euros em apoios e receberam 28.900.
Agradecido pelo apoio recebido, lamentou que intervenções importantes como obras de reparação e trabalhos de manutenção da infraestrutura não possam fazer parte das candidaturas a apoios.
“O lar foi fundado em 2004 e atualmente atendemos 58 idosos. O nosso orçamento tem de incluir 30 empregados, mais os médicos e enfermeiras que os cuidam diariamente. É uma situação bastante difícil, mas continuaremos a apostar na qualidade de vida das pessoas que lá estão”, afirmou.
Por outro lado, Teresa Gonçalves de Fernandes, tesoureira da Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas, explicou à agência Lusa que o contributo de Lisboa permitirá que aquela instituição “continue apoiando pessoas de escassos recursos”.
“Há muitas necessidades entre os portugueses e necessitamos ter sempre a mão solidária do Governo português”, disse.
Teresa Gonçalves de Fernandes explicou ainda que a Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas foi fundada há 53 anos por iniciativa de Susana Teixeira de Sampaio, a mulher de um antigo embaixador de Portugal na Venezuela.
Além da ajuda de Portugal, as Damas de Beneficência contam com a solidariedade da comunidade lusa local, mas “cada dia chegam mais pessoas a pedir ajuda, inclusive para cirurgias e para próteses”.
“Realizamos vários eventos para angariar fundos. Atendemos aproximadamente 70 famílias e recentemente entregámos um ‘combo’ de produtos, medicamentos e distribuímos 180 pratos da ‘sopa da esperança’ que as pessoas recolhiam para partilhar em casa com as famílias”, explicou.
Segundo Teresa Gonçalves de Fernandes, as Damas de Beneficência realizam ainda atividades em datas especiais como o Dia da Criança, o Dia da Mãe, o Dia do Pai, e distribuem materiais escolares a estudantes.
Francisco Soares, presidente da organização não-governamental “Regala Una Sonrisa” (‘Dê Um Sorriso’), explicou à agência Lusa que o apoio de Portugal é “importantíssimo” para garantir a atenção a portugueses carenciados.
“É um apoio que para nós é importantíssimo. É a terceira vez que recebemos apoio para o nosso programa Anjos Lusitanos, que atende avózinhos em situação de abandono e portugueses em situação de rua [sem-abrigo]”, disse.
Francisco Soares precisou ainda que a ajuda de Lisboa permitirá “continuar com as atividades” que há mais de sete anos a “Regala Una Sonrisa” realiza nas ruas de Caracas e prestar atenção à comunidade.
LUSA/HN
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