Nuno Barata terminou domingo uma visita de trabalho, de cinco dias a São Jorge, onde disse ter encontrado “questões que estão a ser bem conduzidas e que são exemplo para o resto dos Açores”, mas viu também “situações que não devem ser repetidas”, nomeadamente nas áreas da “saúde e da proteção civil”.
“São Jorge é o pior exemplo daqueles todos que já encontrei nos Açores, não só devido à falta de meios humanos, que é quase crónico nos Açores, mas por falta de investimento nos meios técnicos e infraestruturas”, disse o deputado, em declarações à agência Lusa, criticando também o “desinvestimento”, na ilha de São Jorge, do anterior executivo açoriano do PS.
Na educação, o deputado adiantou ter encontrado a escola do Topo “sem quaisquer condições dignas para o exercício da função” educativa.
“Isto é um exemplo daquilo que não deve ser feito mais em São Jorge e não deve ser levado para outras zonas da Região”, apontou o deputado único da IL no parlamento açoriano.
Ao nível da proteção civil, o deputado disse que “as corporações de bombeiros de São Jorge”, à semelhança de “todas as outras das ilhas dos Açores, têm um “desadequado contrato” com “a Proteção Civil e com a Região”, no que se refere ao serviço de ambulâncias.
“E a Região vai encostando a barriga para frente, a deixar passar o tempo e pendurando-se nas corporações de bombeiros que vão ficando descapitalizadas e sem condições de se ajustarem às necessidades diárias”, denunciou o parlamentar à Lusa.
O deputado lembrou que São Jorge passou “há pouco tempo” por “uma crise sismovulcânica” que, “se tivesse sido com alguma ocorrência, a ilha não estava preparada para receber nem sequer o primeiro impacto”.
Na saúde, o deputado da IL/Açores criticou “o abandono” do Centro de Saúde das Velas, considerando “um mau exemplo a não replicar nas noutras ilhas”.
Para Nuno Barata, o caso do Centro de Saúde das Velas “é o mais paradigmático de abandono completo do Governo anterior”, referindo que o atual executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) procedeu bem ao “reformular o projeto” e “não dando seguimento a coisas que vinham mal pensadas”.
Nuno Barata enalteceu, por outro lado, o “empenhado” e “esforçado” empresariado da ilha de São Jorge.
“Encontrei um empresariado esforçado, que tem inovado, que está a trabalhar o turismo, como setor emergente com grande eficiência, inovação e dedicação, mas que encontra a barreira da falta de trabalhadores qualificados”, lamentou.
No setor dos laticínios, o parlamentar sustentou que se mantém “o mesmo problema crónico”, já que a ilha “tem atualmente o leite mais mal pago dos Açores”, mas elogiou a gestão da Uniqueijo – União de Cooperativas de Lacticínios de São Jorge – “um bom exemplo a ser seguido no resto da Região”.
No último dia da visita a São Jorge, o deputado visitou a Fajã da Caldeira do Santo Cristo, assinalando que no local existem “relevantes questões ambientais” que “têm de ser salvaguardadas”, nomeadamente o controlo dos acessos ao local e a pesca da apanha da amêijoa.
Nuno Barata adiantou, que à semelhança de outras visitas de trabalho realizadas a outras ilhas, “está a preparar uma sessão de perguntas ao Governo Regional” para “esclarecer num futuro próximo todas estas questões” sobre São Jorge.
LUSA/HN
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