Atualmente, estima-se que existam 8,4 milhões de pessoas com diabetes tipo 1 (DT1), um valor que deverá duplicar em 2040, para 13,5 a 17,4 milhões de pessoas com DT1. As conclusões são da nova ferramenta online “T1D Index”, publicada este mês, na Lancet Diabetes & Endocrinology, que alerta que, em 2021, morreram prematuramente 3.7 milhões de pessoas como consequência da diabetes e que uma em cada cinco tinha menos de 25 anos.
Diagnóstico atempado, acesso a bombas que automatizam a administração de insulina com a monitorização da glicose e um investimento na investigação, com vista à cura deste tipo de diabetes, são os pontos chave apontados pelos autores do estudo para diminuir o número de mortes associadas a esta doença.
“Temos uma oportunidade para salvar milhões de vidas nas próximas décadas, elevando o padrão dos cuidados (incluindo a garantia de acesso universal à insulina e a outros elementos essenciais) e aumentando a consciencialização relativamente aos sinais e sintomas da DT1, de forma a permitir uma taxa de 100% de diagnóstico precoce em todo o mundo”, afirmam os autores do estudo.
A pensar nisto, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), em conjunto com as unidades de saúde e um grupo de pais de jovens com diabetes tipo 1, lançou uma petição pública “pelo acesso aos sistemas híbridos de perfusão sub-cutânea contínua de insulina (bombas de insulina) e pela qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal”. A petição, que já foi assinada por mais de 16 mil cidadãos, pode ser lida e assinada aqui.
“Quando olhamos para o futuro, rapidamente percebemos que estes números representam enormes encargos, tanto para as pessoas que vivem com diabetes tipo 1, como para toda a sociedade. A garantia da vida e da sua qualidade deve ser um direito de todos e a disponibilização de bombas de insulina híbridas é imperativa para que estas possam usufruir de uma melhoria significativa da sua qualidade de vida e da sua saúde”, explica José Manuel Boavida, presidente da APDP.
O sistema de bombas de insulina híbridas ou automáticas é já uma realidade em Portugal, “mas ainda não tem o alcance necessário e implica um valor incomportável para as famílias”, denuncia a petição, que acrescenta: “É revolucionário na medida em que melhora substancialmente a saúde das pessoas com diabetes, permitindo-lhes viver quase como se não tivessem diabetes. A utilização destas bombas pode proporcionar às crianças e jovens com diabetes melhor compensação, uma redução em 80% do número de picadas nos dedos e 95% do número de injeções que uma pessoa com diabetes tipo 1 tem de dar por ano. Este sistema contribui para uma melhoria significativa da qualidade de vida das crianças, mas também das suas famílias e outros cuidadores”.
O T1D Index permite medir quantas pessoas vivem com diabetes tipo 1, os anos de vida saudáveis que estas têm e o que pode ser feito para reduzir o seu impacto. Foi a primeira vez que a diabetes tipo 1 foi medida desta forma e nesta escala.
Em 2021, estimava-se um total de 8,4 milhões de pessoas com DT1 em todo o mundo. Destes, 18% tinham idade inferior a 20 anos, 64% tinham entre 20-59 anos e 19% tinham mais de 60 anos.
Na sequência de uma petição promovida pela APDP, foi aprovada, em Plenário da Assembleia da República, a concretização de um registo nacional da diabetes tipo 1. Contudo, este registo ainda não é feito em Portugal.
PR/HN
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