Segundo os dados do “teste do pezinho”, que cobre a quase totalidade dos nascimentos, foram rastreados, entre janeiro e setembro de 2022, 62.001 recém-nascidos no âmbito Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), mais 3.037 do que em igual período de 2021 (58.964).
Os dados avançados à agência Lusa pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) confirmam a inversão da tendência de baixa verificada no ano passado.
Setembro foi o mês que registou o maior número de nascimentos (7.979), seguido de agosto (7.862) e de março (7.097), enquanto abril foi o mês em que houve menos nascimentos (5.950), seguido de fevereiro (6.049) e janeiro (6.482).
Lisboa foi o distrito com mais exames realizados (18.440), seguido do Porto (11.386), Setúbal (4.754), Braga (4.717), Aveiro (3.036) e Faro (3.024).
O menor número de testes foi observado no distrito de Bragança (436), seguido da Guarda (469), de Portalegre (446), Vila Real (425) e Castelo Branco (725), segundo o programa coordenado pelo INSA, através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana.
Durante todo o ano de 2021, foram estudados 79.217 recém-nascidos, menos 6.239 do que em 2020 (85.456), o valor mais baixo de sempre.
Antes deste mínimo registado em 2021, o número mais baixo tinha sido verificado em 2014, com 83.100 exames realizados no país.
De acordo com os dados dos relatórios do PNRN, consultados pela Lusa no ‘site’ do INSA, o número de bebés estudados, entre 1984 e 2008, ultrapassou sempre os 100 mil, sendo o maior registo no ano de 2000 (118.577).
O “teste do pezinho” é efetuado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança, e permite atualmente detetar 27 doenças, possibilitando uma atuação precoce e um desenvolvimento mais saudável das crianças.
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge confirmou à agência Lusa que estão reunidas as condições técnicas para que, ainda durante este mês, seja dado início ao estudo piloto para o rastreio da Atrofia Muscular Espinhal.
“A inclusão desta patologia no painel das doenças rastreadas no âmbito do Programa Nacional de Rastreio Neonatal só será formalizada após finalização do estudo piloto de 100.000 recém-nascidos, da avaliação dos resultados obtidos e da autorização do Ministério da Saúde”, salientou o instituto.
O “teste do pezinho” permite identificar as crianças que sofrem de doenças, quase sempre genéticas, como a fenilcetonúria ou o hipotiroidismo congénito, que podem beneficiar de tratamento precoce.
LUSA/HN
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