Artur Lima, que falava na abertura do primeiro congresso de enfermagem dos Açores, na cidade da Lagoa, na ilha de São Miguel, referiu que “só um SRS robusto, público, pode dar resposta às necessidades das populações”.
Artur Lima não deixou de defender a iniciativa privada na perspetiva de “complementaridade, quando necessário”, tendo, contudo, apontado a ausência de resposta por parte dos prestadores privados em várias ilhas dos Açores.
O governante considerou que os enfermeiros constituem a “peça fundamental” da humanização dos cuidados de saúde e salvaguardou que durante a pandemia da covid-19 “foi o SRS que deu a resposta”, com os profissionais de saúde a “saberem dizer presente na altura que os açorianos mais temeram pelas suas vidas”.
Artur Lima considerou que o Governo dos Açores “vai no bom caminho” ao rever os índices remuneratório dos enfermeiros e na fixação destes profissionais nas ilhas mais pequenas através de incentivos.
De acordo com o governante, o “Governo vai olhar com olhos de ver para os cuidados continuados” sem aludir a “orçamentos de milhões que depois ficam nas cativações, mas através de medidas concretas”.
O vice-presidente do Governo dos Açores destacou que só em conjunto com os profissionais de saúde, no caso concreto os enfermeiros, se “pode imprimir novos modelos assistenciais, cuidar melhor dos utentes e rentabilizar recursos financeiros e humanos”.
Segundo Artur Lima, os enfermeiros são “fundamentais para promover o envelhecimento ativo”, tendo destacado o papel destes profissionais que trabalham no setor social “numa demonstração de profundo humanismo todos os dias”.
Ressalvou que, nos lares, “não têm carreira tão atrativa como a pública”.
Artur Lima quer que os enfermeiros “sejam participantes ativos na execução de modelos assistências comunitários de proximidade” como o programa regional Novos Idosos, “inovador no país e que conta com estes profissionais para o seu sucesso”.
Pedro Soares, responsável pela Ordem dos Enfermeiros nos Açores, por seu turno, defendeu a necessidade da classe ser capaz de “desenvolver estratégias para se cuidar do futuro”, tendo apontado que “não há regulação da profissão sem se assegurar um número mínimo de enfermeiros nos serviços que garanta a segurança das pessoas”.
“As dificuldades financeiras nas instituições prestadoras de cuidados, a má gestão que por vezes persiste em alguns serviços e a necessidade constante de uma gestão de topo exigem aos enfermeiros açorianos horas por vezes difíceis”, afirmou Pedro Soares.
Luís Parreira, vice-presidente do Conselho Diretivo da Ordem dos Enfermeiros, considerou que a classe tem “contribuído para reforçar a capacidade de resposta do SRS”, sendo um “farol para a governação”.
De acordo com o responsável, as propostas apresentadas pela classe “reforçam a urgência de reformas que ajudem a garantir que a região não perde capacidade de resposta no setor da saúde”.
O dirigente considerou que os enfermeiros nos Açores “querem uma atenção particular à saúde mental, a revisão da Rede Regional de Cuidados Continuados e os enfermeiros mais perto das escolas”.
LUSA/HN
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