O nosso foco é colocar no centro das discussões a ameaça que a crise climática representa para a saúde e os enormes ganhos que resultariam de uma ação climática mais forte”, adianta a OMS num comunicado divulgado no dia em que começa em Sharm el-Sheikh, Egito, a 27.ª cimeira da ONU sobre alterações climáticas, para debater a luta contra o aquecimento global e a adaptação às mudanças do clima.
“As alterações climáticas estão a deixar milhões de pessoas doentes ou mais vulneráveis a doenças em todo o mundo e a crescente destrutividade de eventos climáticos extremos afeta desproporcionalmente as comunidades pobres e marginalizadas”, diz o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado no comunicado.
“É crucial que líderes e decisores se reúnam na COP27 para colocar a saúde no centro das negociações”, adianta.
“A invasão cada vez maior de habitats de animais está a fazer aumentar as oportunidades para vírus prejudiciais aos humanos fazerem a transição do seu hospedeiro animal”, refere, assinalando que “se calcula que, entre 2030 e 2050, as alterações climáticas causem aproximadamente mais 250.000 mortes por ano por desnutrição, malária, diarreia e ‘stress’ devido ao calor”.
O aumento da temperatura global e os consequentes fenómenos climáticos extremos “significa que o impacto na saúde humana está a aumentar e que provavelmente se acelerará”.
Segundo a OMS, estima-se que até 2030 os custos diretos dos prejuízos para a saúde fiquem anualmente entre os dois e os quatro mil milhões de dólares (ligeiramente mais em euros) .
“Mas há espaço para a esperança, principalmente se os governos agirem agora para honrar as promessas feitas em Glasgow em novembro de 2021 (COP26) e avançar na resolução da crise climática”, considera.
A agência da ONU sugere a “criação de um tratado de não-proliferação de combustíveis fósseis que eliminaria o carvão e outros combustíveis fósseis prejudiciais à atmosfera de maneira justa e equitativa”, o que considera “representaria uma das contribuições mais significativas para a mitigação das alterações climáticas”.
“O investimento em energia limpa renderá ganhos para a saúde que permitirão recuperá-lo duas vezes”, refere, adiantando que “o custo das fontes renováveis de energia diminuiu significativamente nos últimos anos” e que “a energia solar é agora mais barata do que o carvão ou o gás na maioria das grandes economias”.
O primeiro-ministro, António Costa, participa nesta Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorre até dia 18.
NR/HN/LUSA
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