Greve ao trabalho extraordinário dos técnicos de emergência com adesão de 90%

9 de Novembro 2022

A greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar ao trabalho extraordinário está hoje com uma adesão que ronda os 90% e já obrigou a parar ambulâncias em todo o país, segundo o sindicato.

De acordo com Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que convocou a paralisação, “a mobilização dos técnicos de emergência hospitalar é grande” e “os constrangimentos verificaram-se um pouco por todo o país”, com cerca de 20 técnicos a realizar turnos em trabalho extraordinário.

“Pararam ambulâncias logo à meia-noite, por todo o país, em Braga, Viana, Porto, Coimbra, Lisboa, Aveiro, Anadia e também no Algarve”, contou Rui Lázaro, explicando que esta noite, “pela primeira vez em dez anos”, a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Vila Nova de Foz Côa esteve encerrada desde as 20:00 até às 08:00.

A greve ao trabalho suplementar, que arrancou às 00:00 de terça-feira por tempo indeterminado, serve para os técnicos de emergência pré-hospitalar exigirem medidas para tornar a carreira mais atrativa, como forma de combater a taxa de 30% de abandono da profissão.

“Os três principais pontos reivindicativos são a revisão imediata do índice remuneratório, o início do processo negocial da revisão da carreira e também a definição de novo rumo para o INEM, provado que está que o Conselho Diretivo não tem sido capaz de dar a resposta ao que o INEM e os portugueses precisam”, considerou Rui Lázaro.

O dirigente sindical apontou ainda as declarações do ministro da Saúde no parlamento, na terça-feira, quando disse que nas próximas semanas iam decorrer rondas negociais com as carreiras especiais no setor da Saúde, sublinhando: “Aguardamos o seu contacto. Até lá, a greve mantém-se até que nos sejam dadas efetivas soluções para as nossas reivindicações”.

“Não chega só agendar reuniões, é preciso que sejam apresentadas soluções”, acrescentou.

A greve ao trabalho suplementar abrange todos os técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM e inclui “todos os eventos programados” que o instituto se proponha assegurar, “para lá daquilo que é a sua atividade normal e legalmente exigível”, segundo o pré-aviso de greve.

Uma vez que a greve se refere a trabalho suplementar, “que visa suprir necessidades permanentes e previsíveis”, a estrutura sindical não apresentou qualquer proposta de serviços mínimos por “não serem devidos”, já que – explica – “todo o trabalho em horário normal urgente e emergente continuará a ser garantido em todos os turnos”.

A Lusa contactou o INEM, mas até ao momento não recebeu qualquer resposta.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

ADSE aumenta reembolsos pelas consultas e revê preços em 2025

A ADSE avançou com mudanças para dar mais benefícios em 2025, nomeadamente um limite aos custos suportados com cirurgias no regime convencionado, um aumento dos reembolsos pagos pelas consultas no regime livre e a revisão de alguns preços.

MAIS LIDAS

Share This