Em declarações à Lusa, Orlando Gonçalves, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN) disse que na região, a adesão no setor da saúde ronda os “70/75%”, mas há hospitais com adesão superior, chegando aos “90%” no hospital de Braga, por exemplo.
No Hospital de São João, no Porto, onde Orlando Gonçalves prestou declarações aos jornalistas, “as salas de espera para consultas externas e recolha de sangue, por exemplo, estavam cheias, mas a maioria dos doentes não foi atendida, devido à falta de assistentes técnicos”.
“Por exemplo, na recolha de sangue, só alguns conseguiram fazer as análises porque um médico ia à sala chamar dos doentes”, sublinhou.
Segundo o sindicalista, “os trabalhadores estão desmotivados com toda a confusão em termos de negociação, com estas fraudes negociais, como é o caso das carreiras especiais”.
“Com este aumento brutal dos preços, quem só ganha pouco mais de 600 euros tem maior dificuldade de aguentar e tem de escolher entre comer ou pagar a renda, que nos últimos quatro anos aumentaram para o dobro”, disse.
Orlando Gonçalves lembrou que “o Governo tem oito dias até à aprovação final do orçamento, tem oito dias para ser justo. Ainda vão a tempo de corrigir algumas injustiças que criaram, porque tem condições para o fazer”.
Os trabalhadores da administração pública cumprem hoje uma greve, a uma semana da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que prevê aumentos salariais de um mínimo de cerca de 52 euros ou de 2% para os funcionários públicos, no próximo ano.
A Frente Comum, que convocou a paralisação, antecipava que os efeitos da greve iriam sentir-se a partir da noite de quinta-feira, na recolha do lixo e nos hospitais, uma vez que a greve começou no início dos turnos destes trabalhadores.
A paralisação está afetar serviços da educação, saúde, finanças, segurança social e autarquias, mas também áreas com menor visibilidade por não terem atendimento ao público, como centros de processamento, serviços centrais ou o centro nacional de pensões, disse à Lusa o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana.
A Frente Comum, que convocou a paralisação, espera “uma grande adesão” à greve perante o “descontentamento” face às negociações com o Governo sobre os aumentos salariais para 2023.
Entre as estruturas da Frente Comum que emitiram pré-avisos de greve estão a Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores da Administração Pública, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
LUSA/HN
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