Numa visita a Abrantes, Carlos Cortes realçou a importância da hospitalização domiciliária e o seu enorme “serviço à comunidade”, enaltecendo o trabalho dedicado prestado por essa unidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo onde, esta manhã, conversou com colegas de vários serviços.
A hospitalização domiciliária proporciona cuidados de proximidade, reduz a pressão no internamento hospitalar, reduz o risco de infeção e da perda de autonomia dos doentes, além de proporcionar um acompanhamento especializado com maior conforto para doente e família, sendo, portanto, uma resposta em saúde na qual se deve investir.
Carlos Cortes manifestou o seu regozijo por estar a ser firmado um protocolo entre o Hospital Doutor Manoel Constâncio e o Lar da Santa Casa da Misericórdia, ambos de Abrantes, que irá proporcionar aos utentes do lar esses cuidados sem terem que se deslocar ao hospital. “Esta é uma notícia muito positiva pois, neste dia em que se celebra ‘saúde para todos’, não queremos que algumas faixas etárias sejam esquecidas”.
Para a visita ao Lar da Santa Casa da Misericórdia o bastonário convidou os médicos João Gorjão Clara e Pedro Madeira Marques, respetivamente presidente e vice-presidente da AMIDI – Associação dos Médicos dos Idosos Institucionalizados, organização que tem como objetivo ajudar a promover a melhoria da resposta que é dada a esses utentes, em todas as suas vertentes (médica, nutricional, social, cultural, etc.). Os representantes da AMIDI e o bastonário da Ordem dos Médicos realçaram neste dia o dever da sociedade cuidar dos seus idosos.
Carlos Cortes alertou ainda para o dever do Ministério da Saúde assegurar que a resposta às necessidades das faixas etárias mais avançadas é devidamente qualificada. É preciso planear e investir, exigiu: “Os cuidados de saúde têm que estar direcionados para cuidar de pessoas de todas as idades. Mas há faixas etárias menos apoiadas e menos valorizados: refiro-me aos idosos. O país tem que começar a dar mais atenção a estas pessoas. 86% dos utentes dos lares têm mais de 75 anos e muitos deles têm não uma mas muitas patologias, facto que gera crescente necessidade de cuidados médicos. A avaliação que a OM tem feito é que a resposta nos lares tem que melhorar. Os profissionais são pessoas muito dedicadas mas é preciso mais formação. E temos que ter médicos nos lares. Não pode ser uma opção.”
Só com “cuidados diferenciados, com médicos em todos os lares” é que é possível “evitar que muitos desses idosos deem entrada nas urgências” por situações de agudização de doença que eram evitáveis se houvesse o devido acompanhamento clínico.
Neste contexto, o bastonário da Ordem dos Médicos exorta o Ministério da Saúde a “melhorar a resposta urgente, reforçar a evolução positiva da hospitalização domiciliária e melhorar a resposta à população mais envelhecida”.
E porque “nenhum sistema sobrevive centralizado na urgência como se vive atualmente”, estas mudanças de paradigma seriam sinais positivos de que o Ministério quer de facto melhorar a saúde dos portugueses, além de palavras e promessas.
“Pela proteção e segurança dos doentes, pela recuperação do serviço público mais acarinhado de sempre pelos portugueses, e pela própria sustentabilidade do SNS, podem contar com os médicos. Mas instamos o Ministério da Saúde a dar sinais de esperança na reforma que tem sido anunciada. O SNS precisa de muito mais do que boas intenções teóricas. Os profissionais, nomeadamente os médicos, precisam de sentir que vale a pena o seu empenho e dedicação”, frisa Carlos Cortes.
“Queremos investimento, mas, acima de tudo, queremos planeamento!”, concluiu.
PR/HN
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