“Temos de saber quais os casos que estão com mais atrasos, mas entendo que os casos urgentes devem continuar a ser tratados no Serviço Regional de Saúde”, explicou a governante, ouvida hoje na Comissão de Assuntos Sociais do parlamento açoriano, reunida em Ponta Delgada, a propósito da iniciativa do Chega, que propõe a criação de um “cheque Saúde”, que permita encaminhar para os privados os utentes que aguardem há muito tempo por uma consulta de especialidade nas unidades de saúde da região.
Mónica Seidi recordou que já existe na região um programa “Vale Saúde”, que permite aos utentes do SRS que aguardam por uma cirurgia serem atendidos em clínicas privadas, quando o tempo máximo de resposta nas unidades públicas já tenha sido ultrapassado.
“Temos de reorganizar a resposta dos serviços de Saúde na região, também em matéria de consultas”, admitiu a governante, que não se opôs, por isso, à proposta apresentada pelo Chega, um dos partidos que apoio o atual governo de coligação nos Açores, formado pelo PSD, CDS-PP e PPM.
O deputado único do Chega no arquipélago, José Pacheco, explicou que a intenção é garantir uma resposta atempada aos doentes do SRS que aguardam há demasiado tempo, por consultas de especialidade ou por exames de diagnóstico.
“A ideia é que, sempre que sejam ultrapassados os prazos que a lei prevê, a região tenha uma ferramenta financeira para que as pessoas possam recorrer aos privados”, seja noutra ilha da Região, ou atém mesmo no continente, realçou o parlamentar do Chega.
José Pacheco ressalvou que a intenção do seu partido não é beneficiar os privados, mas apenas garantir uma resposta adequada aos doentes, aliviando também a pressão que atualmente existe sobre os tempos médios de resposta do SRS.
“Não se pretende, com esta medida, fomentar o enriquecimento dos privados. Não é esse o espírito! Deve ser sempre o Serviço Regional de Saúde a primeira opção, que não devemos nunca descuidar”, insistiu o deputado.
A Comissão de Assuntos Sociais do parlamento açoriano analisou também uma outra proposta do Bloco de Esquerda, que defende a adoção de várias medidas, dentro do SRS, no sentido de prevenir e combater a violência obstétrica nos Açores.
Os bloquistas propõem a realização de um estudo sobre as diferentes práticas utilizadas nos serviços de obstétrica dos três hospitais da região (Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta) e um inquérito de satisfação às parturientes, entre outras medidas de prevenção.
A secretária regional da Saúde admite que esta é “uma matéria sensível”, mas reconheceu que possa vir a ser realizado um estudo sobre esta matéria, recusando, no entanto, que sejam adotadas medidas que obriguem ou proíbam a adoção de determinadas práticas.
LUSA/HN
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