O medicamento é um elemento fundamental no combate das mais variadas doenças, sendo a tecnologia da saúde mais utilizada em diversos contextos, assumindo uma relevância vital.
A enfermagem assume um papel fundamental, partindo deste princípio, surge a necessidade, dos enfermeiros adotarem uma cultura de segurança do doente na administração dos medicamentos, implicando um compromisso na prestação de cuidados.
Esta temática torna-se sensível pela sua complexidade, ora se por um lado, os enfermeiros, são obrigados a desenvolver cada vez mais conhecimento e competência, por outro, podem esbarrar naquilo que são os fatores organizacionais da instituição de saúde, que são bem conhecidos e debatidos em alguns estudos, tais como: sobrecarga de trabalho, dotações inadequadas, falhas na comunicação, etc. Tudo isto, leva a crer que o erro da medicação, no âmbito da responsabilidade do enfermeiro, decorre da influência dos fatores organizacionais inerentes.
Globalmente, esta falta de simbiose leva a práticas pouco seguras no uso da medicação, sendo os erros medicamentosos a principal causa de incidentes e de dano que poderia ser prevenido.
Surge cada vez mais a necessidade das organizações de saúde, priorizarem uma cultura de segurança do doente e reconhecer que cada vez mais, são adotadas medidas de alto risco e que os erros são inevitáveis.
Deste modo, é fundamental adotar um ambiente seguro em que os profissionais sejam capazes de comunicar os erros. O enfermeiro é o profissional que realiza a última etapa do processo de medicação (preparação e administração do medicamento), sobre este recai a responsabilidade dos erros e incidentes provocados ao doente, o que não significa por si só, a falta de conhecimento nesta etapa, mas também o facto do erro não ser identificado no início do processo. Só partindo do nosso próprio conhecimento e da compreensão dos fatores organizacionais que promovem o erro, é que podemos clarificar as prescrições e comunicar eficazmente com a equipa multidisciplinar.
As adoções destas medidas promovem uma maior cultura de segurança, criando uma liderança mais sólida.
Estão os serviços de urgência preparados para promoverem um ambiente seguro ao profissional e doente?
Refletimos diariamente com esta problemática, e fazendo menção ao regulamento n.º 743/2019 da Ordem dos Enfermeiros que prevê que a dotação segura no SU deve ter em conta as competências profissionais e o nível de qualificação dos mesmos para garantir a segurança e a qualidade dos cuidados prestados, afirmando a necessidade de formação avançada para assegurar cuidados especializados à pessoa em situação crítica. É igualmente recomendando que os cuidados emergentes sejam prestados preferencialmente por enfermeiros especialistas em enfermagem médico-cirúrgica na área de cuidados à pessoa em situação crítica.
É fundamental fornecer recursos humanos, técnicos e infraestruturas adequadas que permitam a prestação de cuidados seguros. O investimento em segurança na prestação de cuidados de saúde é benéfico para todos.
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