Num ponto de situação feito aos jornalistas pelo Hospital de Santa Maria, o diretor do serviço de infecciologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), Álvaro Pereira, avançou aos jornalistas que a maior parte dos bebés são “grandes prematuros” e, independentemente de estarem colonizados com a bactéria, têm de permanecer no hospital.
“Estes bebés vão ter alta quando tiverem o desenvolvimento adequado que lhes permita ir para casa. Esta bactéria não interfere em nada na sua alta, como em qualquer doente do hospital”, disse o médico.
O serviço de Neonatologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, teve 15 bebés internados colonizados com a bactéria multirresistente, dos quais 11 estão internados, três tiveram alta e um morreu. Há ainda dois bebés que testaram negativo.
Sobre o bebé que morreu, a médica Raquel Gouveia escusou-se em avançar mais pormenores, uma vez que “ainda não há dados conclusivos”.
Raquel Gouveia frisou que, desde que o serviço teve conhecimento da bactéria, foi aplicado “o protocolo habitual de pesquisa nos bebés que não estão infetados” e foram separados dos restantes, estando isolados.
Estes dois bebés não são transferidos para outros estabelecimentos de saúde “porque são bebés instáveis e o risco da transferência é grande”, afirmou, acrescentando que atualmente só estão a ser feitos partos em Santa Maria em grávidas de termo e cujos bebés não necessitam de internamento na Neonatologia.
Os dois médicos avançaram também que os 11 bebés colonizados não têm qualquer tipo de infeção.
“Estes bebés são muito frágeis pela sua prematuridade e outras patologias que têm. Estão estáveis deste ponto de vista, estão colonizados com esta bactéria e nós temos todos os cuidados habituais para evitar que haja qualquer infeção com esta ou outra bactéria”, disse Raquel Gouveia.
O diretor do serviço de infecciologia do CHULN sublinhou que “estes bebés estão em risco pela sua prematuridade como qualquer doente débil e frágil” que está internado num hospital, que corre o risco de fazer infeções graves.
No caso destes bebés, explicou, podem fazer infeções pela sua “prematuridade e fragilidade”.
“Estes bebés não estão a passar por grande gravidade. É uma situação grave para o hospital […] porque se estes bebés vierem a fazer infeção podem ser mais difíceis de tratar”, referiu.
O médico explicou que nos hospitais, sobretudo dos de última linha, costumam aparecer casos isolados de bactérias, mas não é comum uma situação como esta, em que há um surto.
Segundo o especialista, a bactéria foi detetada há cerca de 15 dias “numa situação muito benigna”, quando apareceu um bebé com remelas nos olhos, tendo sido depois estudada a possibilidade de a bactéria estar em outros bebés.
Álvaro Pereira disse ainda que esta bactéria nem sempre aparece nas análises, podendo só ser detetada dias depois.
O serviço de neonatologia do hospital está encerrado para novas admissões e os bebés “não foram nem vão ser transferidos” para outros hospitais.
LUSA/HN
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