O braço de ferro entre sindicatos médicos e o Ministério da Saúde parece estar longe do fim. Após de quinze meses de negociações continua a não haver acordo. O descontentamento dos médicos do Serviço Nacional de Saúde tem motivado a realização de vários protestos, sendo que o próximo coincide com o início das Jornadas Mundiais da Juventude.
A FNAM convocou uma greve nacional para os dias 1 e 2 de agosto, coincidindo com a visita do Papa Francisco a Portugal. A entidade sindical justificou o protesto “como resposta à falta de salários justos e condições de trabalho dignas para os médicos, e para travar a deterioração do SNS.”
Contactada pelo nosso jornal, a dirigente da Federação Nacional dos Médicos admitiu que as “negociações estão bloqueadas”, responsabilizando o Ministério da Saúde pela falta de acordo.
“Ao fim de quinze meses do protoloco negocial, o Governo apresentou um novo regime de dedicação plena no qual não nos revemos. As grelhas salariais propostas são absolutamente indignas para os médicos. Há falta de vontade e de competência por parte da tutela”, criticou.
Ao HealthNews, Joana Bordalo e Sá reiterou que “a proposta do Governo é absolutamente inaceitável”. “O que nós pretendemos é que esta dedicação seja exclusiva, mas opcional e devidamente majorada.”
Sobre as propostas apresentadas pela tutela foram várias as críticas, sobretudo no que toca às grelhas salariais e ao novo modelo B para as USF. “O que está a ser dito é que as USF modelo B vão ser generalizadas, mas isso não é verdade. O modelo que está a ser proposto é trágico e “B” de barato porque pressupõe algum prejuízo para os doentes… Os médicos passariam a ter limitação na prescrição de receitas, análises e exames.”
“Sem condições de trabalho dignas e sem salários justos não vai ser possível reter os médicos no SNS”, frisou a dirigente.
HN/Vaishaly Camões
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