Iniciativa Liberal vê criação de ULS com “enorme preocupação”

1 de Setembro 2023

O líder da IL manifestou esta sexta-feira “enorme preocupação” com o anúncio da criação de Unidades Locais de Saúde em 2024, alegando que essa solução mantém o Serviço Nacional de Saúde (SNS) como a única opção para os utentes.

“Vejo este anúncio com uma enorme preocupação”, salientou Rui Rocha, que hoje regressou ao centro de saúde de Algueirão-Mem Martins, em Sintra, que tem visitado nos últimos meses, e onde quem não tem médico de família pode agendar uma consulta no primeiro dia útil de cada mês.

Na quarta-feira, o diretor executivo do SNS adiantou que haverá uma “grande reforma” a partir de janeiro de 2024 com a criação de 31 Unidades Locais de Saúde (ULS), que se juntam às oito já existentes.

“Esta é a grande reforma do SNS, não haja a mínima dúvida. Nós estamos a fazer uma reforma que vai abranger todo o país e vai alterar de forma profunda, do ponto de vista da organização, os cuidados de saúde”, afirmou Fernando Araújo.

Rui Rocha salientou que não discorda do princípio de que o “financiamento deve seguir o utilizador”, mas alertou que manter o SNS como “opção exclusiva” para os utentes “continua a ser um enorme problema porque as pessoas não vão ter solução”.

“O princípio de o financiamento seguir o utilizador dentro do SNS não vai resolver absolutamente nada”, referiu Rui Rocha, ao recordar que a IL deu entrada em julho no parlamento de uma proposta de lei de bases da Saúde.

Esta proposta “implica uma verdadeira solução para este tipo de problemas que constatamos aqui”, adiantou o dirigente da IL, ao assegurar que, se o diploma for aprovado, os utentes “não pagarão mais, mas poderão escolher o prestador que lhes solucione o problema de saúde”.

“Se houver uma entidade privada, social ou pública – não importa – que possa ter uma solução para não estarem nesta fila, essas pessoas vão ter o direito de se dirigir a essa solução”, afirmou.

De acordo com Rui Rocha, hoje primeira utente chegou ao centro de saúde de Algueirão-Mem Martins cerca das 04:00 para marcar consulta, uma “indignidade” que se verifica num concelho onde existem “128 mil pessoas sem médico de família”.

 “Renovo o desafio ao primeiro-ministro para que diga quando quer vir a este centro de saúde para constatar com os seus olhos, uma vez que aparentemente esta realidade não chega de outra forma, a indignidade que é estarem pessoas aqui desde às 04:00”, referiu.

LUSA/HN

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