O cancro infantil continua a ser a primeira causa de morte por doença em crianças e adolescentes: por ano, em Portugal, estima-se que surjam cerca de 400 novos casos.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) avançou para o processo de consulta pública da Estratégia Nacional de Luta Contra o Cancro (ENLCC) para o decénio 2021-2030, sendo que deste documento não constam quaisquer pilares de ação clínica para o cancro pediátrico, alerta a Fundação. “É uma questão-chave que se mantém sem resposta. É alarmante que a oncologia pediátrica surja apenas como uma estrutura transversal”, refere Carlota Mascarenhas, diretora-geral da FROC.
Ao analisar a estratégia, explica a Fundação, observa-se a quase não existência de medidas concretas para o cancro infantil, estando em falta fatores como a investigação ou o acompanhamento psicológico, este que é “tão importante e um direito adquirido não só para a criança ou adolescente doente, mas também para o seu agregado familiar, tanto durante, como no pós-tratamento”, reitera a responsável. No entanto, o acesso a esta consulta nem sempre é possível, devido a falta de informação e recursos.
No que diz respeito ao Registo Oncológico Pediátrico, obrigatório desde o ano de 2017, continua desatualizado, constata a Fundação. Na estratégia nacional referem-se 342 novos casos em 2021, mas não é percetível como é obtida esta informação, acrescenta. “Conhecer a realidade em Portugal é fundamental para que se possam tomar as melhores decisões e para que estas vão ao encontro das verdadeiras necessidades que existem”, frisa a diretora-geral da FROC.
“Enquanto Fundação queremos chegar aos portugueses, sensibilizando-os para o dia a dia das crianças, jovens, famílias, profissionais e voluntários que lutam contra o cancro e homenageá-los pelo seu esforço, dedicação e coragem, e fazer perceber à sociedade a importância do lugar do cancro pediátrico na estratégia nacional para as doenças oncológicas”, destaca Carlota Mascarenhas.
Por essa razão e durante este mês de sensibilização, a FROC apela a que se unam esforços de forma a que qualquer um possa aderir ao movimento #nãoficoindiferente, reforçando a importância desta matéria.
Quem quiser apoiar esta causa pode fazê-lo usando uma pulseira, crachá ou tote bag #nãoficoindiferente, partilhando o laço dourado nas redes sociais ou apoiando a Fundação Rui Osório de Castro tornando-se ‘amigo do Xi’ ou criando uma campanha de angariação de fundos no Facebook, ou Instagram. Estas e outras formas de apoiar encontram-se no site da FROC, em http://www.froc.pt.
Além destas iniciativas, a FROC disponibiliza, com o objetivo de promover a literacia sobre o cancro infantil, o PIPOP, o Portal de Informação Português de Oncologia Pediátrica. A plataforma contém informação acerca da pediatria oncológica, com o intuito de construir uma família informada, mais forte, tranquila e consciente na luta contra a doença oncológica. Também realiza eventos como os seus seminários anuais e as “Conversas Sobre”, um conjunto de sessões temáticas direcionadas para as famílias, doentes e sobreviventes, orientadas por profissionais das áreas.
Abrem no dia 1 de setembro as candidaturas à 8.ª Edição do Prémio Rui Osório de Castro/Millennium BCP, no valor de 15.000€, com o objetivo de continuar a contribuir para o desenvolvimento de iniciativas inovadoras em oncologia pediátrica. Qualquer pessoa, grupo de trabalho ou instituição sem fins lucrativos pode concorrer com um projeto relevante na área.
PR/HN
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