“Nenhum silêncio ou encobrimento pode ser aceite na questão do abuso. Esta matéria não é negociável”, vincou o líder dos católicos, numa audiência com representantes das dioceses da Conferência de Bispos Italianos.
“É importante buscar a verdade e restaurar a justiça entre a comunidade eclesiástica, mesmo quando o comportamento não é considerado um crime na lei nacional, mas é considerado um crime na lei canónica”, frisou.
Os abusos sexuais são “uma realidade dolorosa”, assinalou Francisco, indicando as três ações a tomar: “proteger, ouvir e curar”.
Recordando que os abusos sexuais não acontecem apenas na Igreja, mas também na família, na escola, na comunidade, o Papa apelou também ao combate contra a pornografia infantil.
“Não podemos parar a nossa ação para proteger os menores e os vulneráveis e, ao mesmo tempo, combater qualquer forma de abuso sexual ou abuso de poder e consciência”, disse.
“Só escutando o sofrimento das pessoas que sofreram estes terríveis crimes podemos caminhar para a solidariedade e orientar-nos para fazermos tudo o que for possível para que o abuso não aconteça de novo”, sustenta.
A Conferência de Bispos Italianos disse na quinta-feira que recebeu denúncias de 54 vítimas de alegados abusos sexuais no interior da Igreja em 2022, envolvendo 32 alegados abusadores.
LUSA/HN
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