“As averiguações sobre estas matérias devem ser sempre o mais céleres possíveis mas o facto de serem céleres não podem limitar que sejam rigorosas e não pode nem deve evitar a possibilidade das pessoas nelas envolvidas apresentar e fazer a sua defesa”, defendeu hoje Manuel Pizarro em Vila Nova de Gaia em declarações à margem da apresentação dum estudo sobre os impactos da covid-19 naquele concelho.
Manuel Pizarro não quis comentar diretamente as investigações em curso defendendo que tal poderia “condicionar ou até prejudicar” essas investigações.
“Tudo o que eu disser pode ser interpretado como condicionando a inspeção que está em curso e pode prejudicar. Eu tenho que me manter atento mas sem intervir no espaço público (…) é obrigação minha não fazer comentários que possam condicionar ou até prejudicar as averiguações que estão em curso”, disse, recusando assim responder aos resultados já conhecidos das investigações.
O caso das duas gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em 2020 tratamento em Portugal com o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI em novembro e está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
Segundo um relatório de auditoria do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) a que a agência Lusa teve acesso, a primeira consulta das gémeas luso-brasileiras no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, ocorreu a 05 de dezembro de 2019 e foi pedida pelo secretário de Estado da Saúde. Na altura encontravam-se em funções António Lacerda Sales e Jamila Madeira.
António Lacerda Sales garantiu na quarta-feira que não marcou qualquer consulta no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para as gémeas luso-brasileiras, considerando que se continua no “campo das suspeições e indefinições”.
A ex-ministra da Saúde Marta Temido afirmou também hoje desconhecer o teor do relatório da auditoria do CHULN sobre o caso das gémeas luso-brasileiras e adiantou que ainda não foi convocada para depor.
LUSA/HN
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