Esta iniciativa resulta de um protocolo tripartido esta segunda-feira assinado em Vila Nova de Foz Côa, entre este município do distrito Guarda, a Misericórdia local e o Hospital Terra, com sede social em Mirandela, no distrito de Bragança.
Para o presidente da câmara de Vila Nova de Foz Côa, João Paulo Sousa, a questão dos cuidados de saúde preocupa cada vez mais o país e especificamente este território de baixa densidade populacional.
“Neste momento há falta de médicos, há falta de médicos de família e temos de nos deslocar constantemente para unidades hospitalares que ficam a cerca de 100 quilómetros de distância de Foz Côa, como Mirandela ou a Guarda”, indicou o autarca social-democrata.
João Paulo Sousa acrescentou que desde que o município de Foz Côa foi solicitado pelo Conselho de Administração do Hospital Terra Quente para levar em frente este projeto desde logo foi abraçado sem reservas.
“Neste projeto envolvemos várias entidades ligadas à saúde com a Unidade local e Saúde da Guarda, Santa Casa da Misericórdia e Centro de Saúde e todos concordaram em dizer que esta nova unidade de saúde particular era uma mais-valia”, indicou o autarca.
Depois destas conversações houve que arranjar um espaço para colocar esta extensão do Hospital Terra Quente e a escolha incidiu no antigo hospital da Misericórdia, que vai sofrer obras de remodelação no valor de 420 mil euros para diversos componentes, para uma maior comunidade dos utentes. Numa segunda fase será requalificada toda a parte exterior.
“A saúde financeira do município é boa e em tempo nenhum poderíamos deixar fugir esta oportunidade de criar esta extensão de saúde privada e vamos avançar com um período de concessão por um período de 10 anos”, vincou.
João Paulo Sousa esta ciente que dada a centralidade de Foz Côa esta extensão de saúde poderá servir os concelhos vizinhos como Torre de Moncorvo (Bragança), Sabugal, Mêda, Pinhel, Almeida, e Figueira de Castelo Rodrigo (Guarda) que também estão afastados dos hospitais de referência.
“Que o Sistema Nacional de Saúde (SNS) atravessa uma crise, é um facto, mas não nos queremos fazer substituir, só tenho de olhar pelo bem-estar dos meus munícipes”, rematou.
Já o presidente do Conselho de Administração do Hospital Terra Quente, Manuel Lemos, disse que tem unidades de saúde em Mirandela, Bragança e Chaves sendo seu propósito criar polos por toda a região transmontana e Beira Alta.
“Somos uma região muito despovoada e com muitos quilómetros para fazer para ir ao encontro de cuidados de saúde. Quanto mais fizermos por esses cuidados de saúde, melhor polarizamos a região”, disse.
Para além de Foz Côa esta prevista a abertura em 2024 de uma extensão do Hospital Terra Quente em Mogadouro.
LUSA/HN
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