Marta Aires de Sousa: “Uma das missões da Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa – Lisboa inclui a intervenção na comunidade”

01/10/2024
Marta Aires de Sousa apresenta em entrevista a oferta formativa, missão e planos para o corrente ano letivo da Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa – Lisboa. “Diria que o nosso grande fator distintivo são os nossos 75 anos de experiência na formação de profissionais de saúde e o facto de nos regermos pelos princípios fundamentais da Cruz Vermelha Portuguesa, promovendo o humanismo, o voluntariado, o envolvimento na comunidade e a proximidade como caminhos para o sucesso”, afirmou a presidente.

HealthNews (HN) – Comecemos pela oferta formativa. Quais são os cursos da Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa – Lisboa?

Marta Aires de Sousa (MAS) – Temos uma vasta oferta formativa, desde licenciaturas e mestrados a formação pós-graduada e cursos de formação avançada dentro das nossas seis áreas de ensino – Cardiopneumologia, Enfermagem, Fisioterapia, Imagem Médica e Radioterapia, Osteopatia e Podologia. Procuramos continuamente alargar a nossa oferta formativa com cursos que garantam especialização e novas competências nestas diversas áreas da saúde.

De momento, temos a decorrer candidaturas para os nossos programas de mestrado em Enfermagem e para uma grande diversidade de cursos de formação avançada. Entre as novidades que integram a oferta formativa a partir de 2024, destacam-se o mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica, as pós-graduações em Enfermagem do Desporto, Enfermagem de Diálise ou Tomografia Computorizada e Ressonância Magnética e ainda formações avançadas em Análise Clínica do Movimento Humano – do Laboratório para a Prática, Escrita e Publicação Científica, Formação Especializada nos Cuidados à Pessoa Idosa, Contraste no Planeamento em Radioterapia, Técnicas Radiológicas no Bloco Operatório, entre outras. Grande parte destes cursos são financiados pelo PRR e, como tal, permitem a realização da formação com reembolso total do seu valor no final da formação, o que é um excelente incentivo para todos aqueles que pretendem investir na sua formação.

HN – O que é que vos distingue das demais escolas de saúde?

MAS – Diria que o nosso grande fator distintivo são os nossos 75 anos de experiência na formação de profissionais de saúde e o facto de nos regermos pelos princípios fundamentais da Cruz Vermelha Portuguesa, promovendo o humanismo, o voluntariado, o envolvimento na comunidade e a proximidade como caminhos para o sucesso.

Atualmente, a nossa constante aposta na inovação pedagógica e o investimento na aquisição de tecnologia de ponta para equipar as nossas salas e laboratórios são sem dúvida aspetos que têm diferenciado o ensino na ESSCVP-Lisboa.

HN – O que esperam dos profissionais formados na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa de Lisboa? E dos vossos docentes?

MAS – O nosso corpo docente é hoje altamente especializado e qualificado, com ligação à prática clínica, o que é uma grande mais-valia para os estudantes que procuram a nossa Escola. Por um lado, esperamos que, pelo rigor, excelência e sentido de missão, todos contribuam para que a ESSCVP-Lisboa se consolide como instituição de referência no ensino superior, mas também que profissionalmente se tornem referências no mercado de trabalho, contribuindo positivamente para o futuro da saúde, a nível nacional e internacional.

HN – A aproximação à investigação e às instituições de saúde concretiza-se por que meios?

MAS – A ESSCVP-Lisboa lançou recentemente um centro de investigação próprio (CrossI&D) e apoia também a participação dos docentes em unidades de investigação externas, sendo desenvolvidas parcerias para o desenvolvimento de projetos de investigação clínica aplicada. A Escola investe regularmente em equipamento laboratorial de apoio à investigação e, por outro lado, mantém, desde 2009, a publicação regular e ininterrupta da sua revista científica, a Salutis Scientia – Revista de Ciências da Saúde da ESSCVP-Lisboa.

Para além disto, a ESSCVP-Lisboa conta com inúmeros protocolos com instituições de saúde de referência, nomeadamente para a realização dos estágios clínicos dos estudantes. Isto permite-nos não só garantir que os estudantes possam aprender em locais de excelência, mas também que, na sua grande maioria, fiquem colocados no mercado de trabalho assim que terminam os seus cursos. Isto tem-nos permitido garantir os altos níveis de empregabilidade dos nossos cursos.

HN – E a aproximação à comunidade? Que trabalho tem vindo a ser desenvolvido pela Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa – Lisboa?

MAS – Uma das missões da ESSCVP-Lisboa inclui a intervenção na comunidade, sendo este um elemento central para o desenvolvimento do projeto educativo, científico e cultural da nossa Escola. Isto implica encararmos a intervenção na comunidade e o voluntariado como força motriz não só para diversificar as experiências de aprendizagem dos nossos estudantes, mas também para desenvolvermos oferta formativa ao longo da vida assente em necessidades populacionais/comunitárias/profissionais, conferindo-lhe atualidade e relevância. Para além disto, desenvolvemos e implementamos continuamente projetos que visam dar resposta a questões associadas à melhoria da saúde e qualidade de vida das populações, o que se torna altamente positivo, reforçando o sentimento de pertença à ESSCVP-Lisboa e à Cruz Vermelha Portuguesa por parte de toda a comunidade académica.

HN – Quais os principais projetos e objetivos do ano letivo 2023/2024?

MAS – Por um lado, procuramos alargar continuamente a nossa oferta formativa. Está neste momento em planeamento a abertura de novos cursos de mestrado, bem como pós-graduações e formações avançadas que nos permitam antecipar necessidades de formação e garantir a especialidade e inovação que as profissões na área da saúde constantemente exigem. Para além disto, procuramos incrementar a investigação, através do centro de investigação recentemente criado, reforçar a internacionalização, com o aumento de mobilidades no âmbito do programa Erasmus+ e integração em novas redes europeias, e ter a nossa Clínica Académica a funcionar em pleno e em cada vez maior articulação com a comunidade.

HN/RA

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