“Sinto que tive de aproveitar a oportunidade que nos é concedida, dada a situação em que me encontro neste momento”, disse o jovem de Pombal, distrito de Leiria, que está a recuperar de um acidente de viação na unidade de ortopedia.
Aluno do curso de informática de gestão no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra, Pedro Santos soube da possibilidade de voto antecipado pela irmã através das redes sociais e quis votar “porque é um direito e um dever”.
“Acho que todos devemos ter em atenção a taxa de abstenção, que é elevadíssima, cerca de 40%, que é um número que toda a gente deve ter em conta e que deve ser alarmante para toda a gente”, justificou.
Na mesa de voto esteve o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, que selou e introduziu o boletim de Pedro Santos na urna.
“É a primeira vez que estou numa mesa de voto nesta dupla função de presidente da Câmara e médico e achei que devia acompanhar as mesas de voto da ULS de Coimbra”, frisou o autarca, antigo bastonário da Ordem dos Médicos.
Durante a tarde de segunda-feira votaram mais três doentes nos HUC, que, ao contrário de Pedro Santos, não se puderam deslocar ao local da urna de voto e tiveram de exercer o seu direito no leito das unidades de tratamento.
No seio da ULS de Coimbra, vão ainda exercer o voto antecipado até quinta-feira 49 doentes do Hospital Sobral Cid, um do Hospital Geral (Covões) e 11 do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais, na Tocha (Cantanhede).
O presidente do conselho de administração, Alexandre Lourenço, salientou aos jornalistas que esta é uma resposta que pretende ser dada aos doentes para que exerçam o “seu direito cívico”.
“Temos a expectativa de alargar a um maior número de doentes, mas evidentemente que qualquer voto já é positivo”, realçou o dirigente, salientando que esta é uma “possibilidade crescente, a partir do momento em que as pessoas conhecem este tipo de iniciativa, mais facilmente vão aderir no futuro”.
O enfermeiro João Filipe explicou que o processo de voto antecipado dos doentes “é complexo, porque tem de se mediar a condição do doente”, que têm de se inscrever numa plataforma da Comissão Nacional de Eleições, e a logística acaba por ser mais complexa.
“Para nós, foi uma alegria ver o sentido altruísta dos doentes quererem votar, mesmo estando naquela condição”, sublinhou o elemento da comissão encarregue do voto dos doentes dos Hospitais da Universidade de Coimbra.
O exercício do direito de voto é feito de acordo com as orientações da Comissão Nacional de Eleições e cumprindo “todas as normas de segurança” na visita aos doentes votantes, acrescentou João Filipe.
LUSA/HN
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