Ambulâncias de Faro e Quarteira 3 do INEM paradas 76% e 78% do tempo em maio

10 de Maio 2024

As ambulâncias de Faro e Quarteira 3 do INEM, as mais próximas das instalações que a ministra da Saúde vai hoje inaugurar, vão estar em maio paradas 76% e 78% do tempo, respetivamente, segundo os técnicos de emergência pré-hospitalar.

Em comunicado, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que fez um levantamento da taxa de inoperabilidade das ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para o mês de maio, sublinha que mais de metade tem “períodos de inoperacionalidade elevados”.

Do levantamento feito, o STEPH conclui que 20 ambulâncias têm mais de 50% de inoperacionalidade durante o mês de maio e que há ambulâncias que “não abrem há vários meses por falta de técnicos”.

No caso das ambulâncias de Faro e Quarteira 3, as taxas de inoperabilidade devem-se, sobretudo, à falta de técnicos, segundo o STEPH.

Estas são as duas ambulâncias mais próximas das novas instalações do INEM Algarve que a ministra da Saúde vai hoje inaugurar, que representam um investimento de 1,8 milhões de euros.

Na nota hoje divulgada, o STEPH lembra que mais de metade das ambulâncias do INEM “têm períodos de inoperacionalidade elevados” e que, em maio, todas estarão paradas por algum período de tempo, na maioria dos casos por falta de meios humanos.

Segundo o sindicato, de acordo com o plano de atividades do INEM os técnicos de emergência pré-hospitalar deveriam ser 1.480, mas são pouco mais de 800.

Recordando o Rally de Portugal, que decorre até domingo, o STEPH lembra que “ao mesmo tempo que o INEM tem empenhadas 13 viaturas” neste ”evento desportivo e de cariz privado”, “os cidadãos portugueses encontram-se privados de acesso aos cuidados de emergência médica incluindo em zonas onde decorre” a prova.

“O cenário piora a cada dia que passa”, insiste o sindicato, acrescentando: “Se no passado os constrangimentos eram menores, verificando-se apenas nas duas maiores áreas metropolitanas, hoje alastraram de forma bastante mais expressiva a todo o país, limitando o acesso dos cidadãos a cuidados de emergência médica eficazes”.

O STEPH diz ainda que já iniciou uma série de diligências junto da Assembleia da República e do Governo onde explanará estes e outros “constrangimentos que os serviços de emergência médica atravessam”, na tentativa de conseguir “soluções efetivas e imediatas”.

No levantamento feito pelo sindicato, há várias ambulâncias de emergência médica do INEM de Lisboa que vão estar inoperacionais mais de 80% do tempo em maio.

No passado dia 25 de abril, o STEPH tinha alertado para o facto de 28 ambulâncias do INEM estarem paradas naquele dia festivo, por falta de técnicos.

“O dia em que se comemoram 50 anos de democracia e liberdade é também um dia negro para o INEM: 28 ambulâncias estão encerradas por falta de Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar. São milhares de portugueses sem acesso a cuidados de emergência médica atempados e diferenciados porque o INEM não consegue hoje cumprir a sua missão”, afirmou, na altura, o sindicato.

Em comunicado, o STEPH considerou que a escassez de técnicos se deve, sobretudo, “à má gestão que tem imperado no INEM ao longo dos últimos anos”, culpando as “políticas retrogradas, conservadoras e ineficazes que afastam cada vez mais profissionais do instituto”.

Na altura, em resposta ao STEPH, o INEM sustentou que o “Sistema Integrado de Emergência Médica funciona em rede, numa lógica de complementaridade, sendo composto por mais de 600 meios de emergência pré-hospitalar, do INEM e dos parceiros bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa, que dão uma resposta adequada às necessidades”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Marcelo espera que SNS funcione bem durante o verão

O Presidente da República considerou hoje necessário que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) funcione bem durante o verão, mas também nas outras épocas do ano, porque a sua cobertura é indispensável.

OMD atribui bolsas de formação Professor João F. C. Carvalho

Este ano, o júri elegeu as candidaturas de Ana Santos Alves (Doutoramento em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina Dentária do Porto da Universidade do Porto), Ana Margarida Rodrigues (Curso de Especialização em Avaliação do Dano Corporal (Pessoal) Pós-Traumático pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa) e Diana Augusto (Curso de Especialização em Avaliação do Dano Corporal (Pessoal) Pós-Traumático pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa), num total de 28 candidaturas recebidas.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights