Petição com 13 mil assinaturas exige reabertura das urgências pediátricas em Viseu

4 de Junho 2024

Uma petição pública pela Reabertura da Urgência Pediátrica de Viseu durante a noite recolheu, em duas semanas, mais de 13.000 assinaturas e o assunto deverá, assim, ser debatido na Assembleia da República.

“Já atingimos o mínimo de 7.500 [assinaturas] há uns dias, por isso, até ao final de julho temos de ir à Assembleia da República para que seja discutida a questão. O problema é estrutural, já sabemos, mas tem de ser resolvido”, disse à agência Lusa uma das responsáveis.

Helena Fonseca iniciou com um grupo de amigos, todos pais, o movimento Unidos pelas Crianças e com ele surgiu a petição, pois “a gravidade da situação não deixa que se fique de braços cruzados”.

“O Governo e os decisores deste país têm de saber que não podem pôr e dispor como bem entendem. Há cidadãos que sofrem consequências das suas decisões e é isso que vamos exigir no plenário, que resolvam o problema”, afirmou.

A administração da Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões (ULSVDL) ativou em 01 de março o plano de contingência, por falta de médicos, que implicou o encerramento exterior das urgências pediátricas, de sexta-feira a domingo, no período noturno.

Segundo a administração, a saída de dois médicos e a chegada do período de férias “agravaram” a situação levando a administração a encerrar, desde 01 de junho, todas as noites da semana, entre as 20:00 e as 08:00, as urgências pediátricas.

Na petição, o movimento cívico, que se afirma apartidário, lembra a campanha das legislativas e as palavras do agora ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que dizia, à porta da urgência, que o país “precisa de uma saúde que funcione para todos os portugueses”.

“Condenou o fecho e justificou que a unidade de Viseu é a segunda maior da região Centro, servindo cerca de meio milhão de pessoas. Insistiu numa necessária mudança… e os portugueses responderam nesse sentido. Mas, nem três meses depois, a situação não só não mudou, como ainda piorou”, lê-se na petição.

À agência Lusa, Helena Fonseca adiantou que será ela a marcar presença na Assembleia da República (AR), considerando que o problema se tem “arrastado ao longo dos anos e é estrutural, mas o Governo atual terá de o resolver”.

“Sei que houve uma reunião da administração do hospital com políticos de vários partidos e, do que me disseram, não vai ser possível resolver neste verão, mas tem de começar a ser tratado já para não se arrastar. Não nos calaremos nem baixaremos os braços”, assegurou.

O movimento agendou uma vigília para sexta-feira, pelas 21:00, junto ao acesso das urgências pediátricas onde deverão estar “todos vestidos de preto, com velas e fotografias das crianças a cobrir o gradeamento”.

“Estão a ser colocadas fachas pretas com o símbolo do movimento e a dizer ‘urgências já’ um pouco por todo o lado. Nas varandas das casas e em fachadas de empresas na cidade, mas também queremos alargar à região”, acrescentou Helena Fonseca.

O movimento está a contactar “todas as escolas do distrito, bombeiros e municípios, porque o encerramento não afeta só as crianças e pais, afeta de forma indireta instituições que estão numa região sem acesso a prestação de serviços pediátricos durante a noite”, adiantou.

LUSA/HN

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