No âmbito da audição sobre o Plano de Emergência para o SNS, requerida pelo PSD, CH e PS, a ministra da saúde defendeu que as unidades de cuidados hospitalares precisam de “lideranças mobilizadoras e que sejam capazes de atrais os jovens profissionais”.
Em resposta às questões colocadas na audição, Ana Paula Martins disse: “Há muita coisa que nós temos e que quero dizer de uma maneira frontal. Temos lideranças fracas. Precisamos de lideranças, à frente dos hospitais e dos serviços, que sejam mobilizadoras e que sejam capazes de atrair os jovens profissionais. Não é isso o que acontece. Nós não tratamos bem as pessoas na administração pública.”
De acordo com a ministra da Saúde, os departamentos de recursos humanos “levam, muitas vezes, meses para responder a um médico, a um farmacêutico e a um enfermeiro… Isto não é aceitável”, afirma.
Ao reconhecer que existem inúmeras dificuldades e constrangimentos relacionados com a retenção de talento no SNS, a responsável pela pasta da Saúde anunciou que, no âmbito das medidas de eficiência, irá ser criada uma comissão de acompanhamento e de auditoria aos conselhos de administração.
“Não é, de maneira nenhuma, hostilizar, é, bem pelo contrário, apoiá-los e ajudá-los a cumprir a sua missão”, disse.
“Temos um hospital, não vou dizer qual, que em janeiro já tinha todos os médicos pediatras a entregarem a recusa de trabalho suplementar acima das 150 horas. E não se fez nada? Achou-se normal que isto acontecesse? Isto são bons líders? Não, não são. E como não são tem que haver escrutínio. Tem que haver avaliação de desempenho para os nossos gestores. Os que são bons têm que ficar e ser recompensados. Não me basta que os administradores digam que não têm condições”, refutou.
A ministra esteve hoje presente no Parlamento para responder a questões sobre o Plano de Emergência para o SNS.
HN
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