Legenda da imagem: (da esquerda para a direita): Catarina Milho, Mariana Moreira, Ana S. Almeida (PI), Rita Sousa (Hospital da Luz), e André Salgado.
De acordo com a Ana Santos Almeida, “há estudos recentes que sugerem uma ligação entre a menopausa e a comunidade de microrganismos presentes no intestino, que desempenham um papel crucial na digestão, função imunitária e desenvolvimento cognitivo, contribuindo assim para a saúde em geral.” A investigadora destaca ainda que o microbioma intestinal desempenha um papel importante no processamento do estrogénio, afetando os níveis desta hormona no corpo da mulher, especialmente durante a menopausa. As escolhas de estilo de vida, incluindo a dieta, podem influenciar positivamente o número e tipo de bactérias intestinais, potencialmente reduzindo o risco de doenças em mulheres pós-menopausa.
“O principal objetivo do AGEWISE é utilizar algoritmos de Inteligência Artificial para analisar dados biológicos e de estilo de vida, criando um perfil de risco personalizado para doenças relacionadas com a menopausa”, revela Ana Almeida. A investigadora ressalta a importância desta fase na vida das mulheres, onde a diminuição dos níveis de estrogénio está associada a um aumento do risco de doenças crónicas, como doenças cardíacas e cancro. Através desta investigação, a equipa pretende melhorar a saúde das mulheres durante o envelhecimento, representando um passo crucial para descobertas inovadoras no apoio às mulheres durante a menopausa.
A investigação vencedora da 5.ª edição da Bolsa Nacional para Projetos de Investigação em Microbiota, atribuída pela Biocodex Microbiota Foundation, busca revolucionar a deteção precoce e a gestão das doenças relacionadas com a menopausa, desenvolvendo ferramentas inovadoras de diagnóstico por Inteligência Artificial baseadas no microbioma intestinal.
Sobre a Ana Santos Almeida
Ana Santos Almeida, PhD, é uma proeminente imunologista especializada em cancro e microbioma humano. Doutorada em Ciências da Saúde pelo Institut Pasteur, Paris, em 2012, realizou pós-doutoramento no Cold Spring Harbor Laboratory, Nova York, EUA. Em 2016, juntou-se ao laboratório do Prof. Paul O’Toole na APC Microbiome Ireland, Cork, onde recebeu vários prémios, incluindo a bolsa Marie Skłodowska-Curie. O seu trabalho avançou significativamente a compreensão do papel da microbiota intestinal humana no desenvolvimento de tumores de cólon. Entre 2021 e 2022, liderou a equipa de I&D da Tiny Health, uma startup de IA focada no microbioma intestinal de bebés. Atualmente, é Investigadora Principal do Laboratório Translacional de Microbioma em Saúde e Doenças do iMM-Care em Portugal. Recentemente, recebeu o Scientific Employment Stimulus pela National Science Foundation (FCT) e foi selecionada para liderar a missão iMM-CARE Colorectal Cancer Mission no âmbito do esquema de financiamento Widening-Teaming for Excellence da Horizon Europe.
Equipa de Investigação
O Laboratório Translacional de Microbioma na Saúde e Doença é composto por uma equipa interdisciplinar, dinâmica e colaborativa de microbiologistas clínicos, biólogos computacionais, nutricionistas e gastroenterologistas, dedicados a explorar o potencial do microbioma para revolucionar a área terapêutica do cancro colorretal. O projeto conta ainda com a colaboração da Prof.ª Ana Teresa Freitas, especialista em biologia computacional, genómica e medicina preventiva, do IST/INESC-ID.
NR/PR/HN
0 Comments