Estudo revela estratégias eficazes no controlo da hipertensão em Portugal

9 de Julho 2024

Podemos fazer Mais no Controlo da Hipertensão? Os resultados do estudo GPHT-PT1 revelam que sim, se conjugarmos 3 fatores de sucesso: Cumprir Recomendações (Guidelines), fazer um acompanhamento do Doente e Optar pela terapêutica adequada. Sucesso em 82% dos doentes controlados.

Um estudo recentemente publicado na revista Blood Pressure revelou avanços significativos no controlo da hipertensão em Portugal. Intitulado GPHT-PT1, o estudo destaca que o cumprimento das recomendações, o acompanhamento regular dos doentes e a escolha de terapêuticas adequadas são cruciais para o sucesso no tratamento da hipertensão, atingindo uma taxa de sucesso de 82% nos doentes controlados.

Conduzido por médicos de Medicina Geral e Familiar (MGF) em Unidades de Cuidados de Saúde Primários (CSP) por todo o país, o estudo foi de natureza prospetiva e intervencionista. Avaliou a eficácia da combinação terapêutica de candesartan/amlodipina em doentes portugueses com hipertensão não controlada ao longo de 12 semanas. Os resultados demonstraram que, seguindo as diretrizes terapêuticas, 82% dos doentes alcançaram o controlo adequado da hipertensão, sublinhando os benefícios desta abordagem na prática clínica primária.

A hipertensão arterial é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares, sendo o controlo adequado desta condição um desafio global. Em Portugal, apenas 43% dos doentes hipertensos estão devidamente controlados, com muitos não aderindo ao regime terapêutico prescrito. O estudo, liderado por Jorge Polónia, consultor de Medicina Interna na ULS de Matosinhos e professor catedrático de Medicina Interna da FMUP, e Raul Marques Pereira, especialista de MGF na ULS do Alto Minho, focou-se na administração de um comprimido diário contendo candesartan e amlodipina.

Participaram no estudo 118 médicos que recrutaram 1.234 doentes, dos quais 752 eram elegíveis conforme os critérios estabelecidos. Os doentes foram divididos em grupos com base na gravidade da hipertensão e nos tratamentos prévios, recebendo dosagens fixas de candesartan/amlodipina (8/5, 16/5 ou 16/10). As avaliações ocorreram no início do tratamento, às 6 e 12 semanas, com medições da pressão arterial em cada visita.

Os resultados foram promissores, com a pressão arterial sistólica média diminuindo de 159 (±13) mmHg na semana zero para 132,1 (±11,3) mmHg na semana 12, e a pressão arterial diastólica média reduzindo de 91,1 (±9,6) mmHg para 77,5 (±8,8) mmHg no mesmo período. Este declínio foi observado independentemente da idade e do sexo dos pacientes.

Este estudo demonstra a eficácia de uma estratégia terapêutica com um comprimido combinado para melhorar o controlo da hipertensão em ambientes de cuidados de saúde primários, apontando para a possibilidade de ampliar esta abordagem a nível nacional para melhorar a saúde cardiovascular da população portuguesa.

NR/PR/HN

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