ANEEB oferece estágios para preparar estudantes de Engenharia Biomédica e amenizar transição para o mercado de trabalho

7 de Agosto 2024

Passados sete anos, a Associação Nacional de Estudantes de Engenharia Biomédica (ANEEB) continua a ajudar os estudantes na transição para o mercado de trabalho, dando-lhes a oportunidade de estagiar ainda durante o curso, e este ano, pela primeira vez, os futuros engenheiros biomédicos puderem fazê-lo no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e no Hospital Dr. Nélio Mendonça, na Madeira.

Naqueles hospitais é a primeira oportunidade, mas a Plataforma de Estágios da ANEEB, que este ano encerrou no mês de junho, mas regressará em 2025, proporciona várias outras experiências em diferentes áreas. Afinal, a Engenharia Biomédica é um curso bastante versátil e a associação defende que os estudantes – que nem todos têm estágio obrigatório na faculdade – devem fazer a devida prospeção antes de integrar o mercado de trabalho. Foi o que a coordenadora do Departamento de Formação e Saídas Profissionais, Luísa Balbino, explicou ao HealthNews: “Nós sentimos que na Engenharia Biomédica ainda há muitas falhas no que toca à transição da academia para o mercado de trabalho. Além disso, a Engenharia Biomédica é um curso muito versátil, que acaba por oferecer muitos caminhos e opções de carreira diferentes. É importante oferecer estágios nas várias áreas de maneira que os estudantes consigam perceber quais é que fazem mais sentido para eles quando tiverem efetivamente que escolher uma carreira e um emprego futuro.” Na faculdade, os estudantes de Engenharia Biomédica dedicam-se às “cadeiras teóricas da engenharia pura”. “E acho que às vezes nos esquecemos de que o nosso papel como engenheiros na área da saúde é resolver problemas reais”, acrescentou Luísa Balbino.

Em hospitais como os de Lisboa e Funchal, as tarefas do engenheiro biomédico podem ser várias. Como explicou Luísa Balbino quando nos apresentou a parceria deste ano com o Santa Maria e o Nélio Mendonça, “há pessoas que podem ficar encarregues mais da parte de gestão hospitalar no que toca a melhorar processos e garantir que tudo decorre da maneira mais eficiente possível”. “Há uma componente muito forte” de engenharia clínica, em que o engenheiro biomédico fica responsável pela manutenção das máquinas e dispositivos médicos do hospital, “sendo que também é muito importante na parte da logística”, portanto, avaliar as necessidades dos equipamentos, e, ainda, na área de automação e cirurgia robótica – “lá está, acaba por ser um ambiente muito versátil e também muito flexível em termos daquilo que vamos fazer”.

Os estágios da plataforma criada pela ANEEB (cujas informações, regulamento e formulário de inscrição se encontram disponíveis em https://aneeb.pt/testemunhos/), decorrem geralmente nos meses de verão. “Nós exigimos uma duração mínima de um mês e depois a empresa acaba por definir o período de estágio de acordo com as suas necessidades”, esclareceu Luísa. Alguns estágios, por serem experiências positivas para os estudantes e para as empresas, acabam por prolongar-se para além do verão e da responsabilidade da ANEEB, que efetivamente só se responsabiliza pelo estágio inicial.

É uma experiência aberta a qualquer aluno do curso de Engenharia Biomédica ou equivalente, desde o primeiro ano da licenciatura. Os mais novos “são claramente bem-vindos, sendo que algumas empresas põem como nota que só vão considerar estudantes de mestrado. Isso acontece maioritariamente em estágios de investigação”. “Nós não escolhemos quem é que vai ou não vai, essa é uma escolha da empresa”, ressalvou Luísa. “E conseguimos também, já desde o ano passado, estágios remotos internacionais, sendo que a ANEEB está a trabalhar para tentar fazer com que estes consigam um dia ser presenciais”, informou ainda a coordenadora do Departamento de Formação e Saídas Profissionais.

São também objetivos da ANEEB “descentralizar” os seus estágios, ou seja, aumentar a oferta fora das grandes cidades; aumentar o número de estágios na Madeira e chegar aos Açores e colocar os seus estudantes em mais hospitais de Norte a Sul do país. “O engenheiro biomédico no hospital ainda é muito recente, então temos que tentar pô-los nos hospitais como estagiários”, explicou Luísa.

Diversificar os estágios é mesmo “das maiores preocupações da ANEEB”. Ter um curso com várias saídas profissionais é bom, porém pode confundir os alunos, e a ANEEB tem vindo a facilitar o trajeto, e a “desmistificar o que é o curso”. “Acaba por ser muito importante haver um órgão a tentar facilitar esta mudança, porque uma pessoa que sai da faculdade sem qualquer experiência vai sentir uma dificuldade muito maior quando entrar no mercado de trabalho”, sustentou Luísa Balbino.

Além da Plataforma de Estágios, a ANEEB ajuda os estudantes na dissertação de mestrado reunindo no seu site (https://aneeb.pt/oportunidades-2/) contactos de empresas interessadas em acolher os estudantes. “Nesta secção do website da ANEEB apresentamos-te diferentes Oportunidades de Tese disponibilizadas pelas empresas e instituições abaixo listadas. Muitas destas entidades não têm ainda os temas das dissertações definidos, sendo que estes poderão ser posteriormente discutidos mediante os projetos que estiverem a decorrer durante o teu período de dissertação, mediante o que for do teu interesse, e mediante o que for permitido pela tua instituição de ensino. Para saberes mais informações sobre as oportunidades que te apresentamos, deverás entrar em contacto com as entidades através dos respetivos endereços de email”, pode ler-se no site da associação.

HN/Rita Antunes

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