Falta de recomendação médica afeta adesão a rastreios oncológicos

1 de Outubro 2024

Um estudo da GFK/Metris mostra que 23% dos portugueses com mais de 50 anos nunca realizaram rastreios de cancro. A falta de recomendação médica é apontada como principal motivo.

Um estudo recente sobre as “Perceções dos portugueses sobre o cancro e deteção precoce”, realizado pela GFK/Metris, revela dados preocupantes sobre a adesão aos rastreios de cancro em Portugal. Os resultados foram apresentados na conferência “Cancro: o presente e o futuro da deteção precoce”, promovida pela Roche, na Fundação Oriente.

O estudo, que abrangeu mais de mil inquiridos com mais de 50 anos em Portugal Continental, mostra que cerca de 23% dos portugueses nesta faixa etária nunca se submeteram a qualquer tipo de rastreio de cancro. O principal motivo apontado é a falta de recomendação médica, mencionada por 46% dos participantes.

Apesar de 97% dos inquiridos afirmarem ter conhecimento sobre rastreios de cancro, a adesão ainda é baixa em alguns casos. Os rastreios mais conhecidos são os do cancro da mama (72%), do cólon e reto (37%) e do colo do útero (30%).

No que diz respeito ao cancro do cólon e reto, 94% dos participantes conhecem ou já ouviram falar deste tipo de cancro. No entanto, 50% não conseguem identificar os fatores de risco e 39% têm dificuldades em reconhecer os sintomas. A colonoscopia é mencionada por 14% como um fator que condiciona a adesão ao rastreio, principalmente devido ao medo e à dor associados (64%).

Um dado interessante é que 89% dos inquiridos afirmam que adeririam mais facilmente ao rastreio do cancro do cólon e reto se houvesse um método inovador de identificação de risco através de análises clínicas ao sangue.

Quanto ao cancro do pulmão, embora Portugal ainda não tenha um rastreio organizado, 80% dos participantes respondem positivamente à possibilidade de aderirem a um, principalmente como forma de prevenção e deteção precoce (66%).

O estudo também revela que 77% dos inquiridos já realizaram algum tipo de rastreio de cancro, com destaque para o cancro de mama (63%), seguido do cólon e reto (48%) e do colo do útero (27%).

Estes resultados sublinham a necessidade de maior sensibilização e educação sobre a importância dos rastreios de cancro, bem como a melhoria do acesso e da recomendação médica para estes exames preventivos.

PR/HN/MMM

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Novos diagnósticos de VIH aumentam quase 12% na UE/EEE em 2023

 A taxa de novos diagnósticos de pessoas infetadas pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) cresceu 11,8% de 2022 para 2023 na União Europeia/Espaço Económico Europeu, que inclui a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein, indica um relatório divulgado hoje.

Idade da reforma sobe para 66 anos e nove meses em 2026

A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e nove meses em 2026, um aumento de dois meses face ao valor que será praticado em 2025, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.

Revolução no Diagnóstico e Tratamento da Apneia do Sono em Portugal

A Dra. Paula Gonçalves Pinto, da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, concorreu à 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH), com um projeto inovador para o diagnóstico e tratamento da Síndrome de Apneia Hipopneia do Sono (SAHS). O projeto “Innobics-SAHS” visa revolucionar a abordagem atual, reduzindo significativamente as listas de espera e melhorando a eficiência do processo através da integração de cuidados de saúde primários e hospitalares, suportada por uma plataforma digital. Esta iniciativa promete não só melhorar a qualidade de vida dos doentes, mas também otimizar os recursos do sistema de saúde

Projeto IDE: Inclusão e Capacitação na Gestão da Diabetes Tipo 1 nas Escolas

A Dra. Ilka Rosa, Médica da Unidade de Saúde Pública do Baixo Vouga, apresentou o “Projeto IDE – Projeto de Inclusão da Diabetes tipo 1 na Escola” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa visa melhorar a integração e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes tipo 1 no ambiente escolar, através de formação e articulação entre profissionais de saúde, comunidade educativa e famílias

Cerimónia de Abertura da 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde: Inovação e Excelência no Setor da Saúde Português

A Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH) realizou a cerimónia de abertura da 17ª edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, destacando a importância da inovação e excelência no setor da saúde em Portugal. O evento contou com a participação de representantes de várias entidades de saúde nacionais e regionais, reafirmando o compromisso com a melhoria contínua dos cuidados de saúde no país

Crescer em contacto com animais reduz o risco de alergias

As crianças que crescem com animais de estimação ou em ambientes de criação de animais têm menos probabilidade de desenvolver alergias, devido ao contacto precoce com bactérias anaeróbias comuns nas mucosas do corpo humano.

MAIS LIDAS

Share This