A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) celebra o seu quinquagésimo aniversário com o lançamento de um livro histórico que documenta cinco décadas de evolução na área da pneumologia em Portugal. A obra, que será apresentada a 25 de outubro na sede da SPP, traça um percurso que se iniciou em 17 de janeiro de 1974, apenas meses antes da Revolução dos Cravos.

O livro, da autoria da jornalista de saúde Cátia Jorge, com edição da Minerva e prefácio do atual presidente da SPP, António Morais, representa um importante documento histórico que homenageia os pneumologistas que mais contribuíram para o desenvolvimento da especialidade em Portugal.

A história da SPP confunde-se com a própria história da democracia portuguesa, tendo a sociedade científica nascido ainda durante o período marcelista. Desde então, a instituição tem-se pautado pelos valores da liberdade e igualdade, contribuindo significativamente para a democratização do acesso aos cuidados de saúde respiratórios e para a redução das assimetrias regionais no acesso a estes cuidados.

Um dos marcos fundamentais desta história remonta a Thomé Villar, considerado o pai da Pneumologia Moderna em Portugal, que, juntamente com os seus discípulos, ultrapassou os diversos obstáculos burocráticos da época para fundar a SPP. Desde então, as sucessivas direções têm contribuído para posicionar a sociedade entre as mais relevantes organizações científicas nacionais.

A SPP destaca-se hoje não apenas pela formação médica, mas também pela sua intervenção na comunidade através de campanhas de sensibilização e literacia em saúde. Um dos seus maiores orgulhos é a revista científica Pulmonology, que figura no TOP 5 do grupo respiratório do Journal Citation Reports da Clarivate Analytics, uma posição única no panorama científico nacional.

O contributo da SPP e dos seus membros tem sido particularmente notório em momentos críticos da saúde pública portuguesa. Os pneumologistas assumiram papéis de liderança no combate a várias crises epidemiológicas, desde a tuberculose até às mais recentes pandemias da gripe A em 2009 e da Covid-19 em 2020.

A sociedade mantém-se como uma referência na organização de eventos científicos, realizando um dos congressos com maior impacto e número de participantes a nível nacional. Ao longo dos anos, estabeleceu uma relação próxima com a população portuguesa, contribuindo para a elevada qualidade dos serviços de assistência respiratória prestados pelos seus associados.

PR/HN/MMM