A nova unidade, segundo o membro do conselho de administração da ULS Paulo Espiga, destina-se a doentes complexos agudos com sinais de perda ou risco de deterioração funcional, psíquica, cognitiva e social, e foi formalmente criada na quarta-feira, com 11 doentes selecionados para internamento de curta duração por um algoritmo baseado em síndromes geriátricas.
Estas síndromes são condições de saúde nas pessoas idosas que afetam a capacidade de gerir a própria vida, interferindo na sua funcionalidade para realizar tarefas quotidianas, como as incapacidades cognitiva ou comunicativa, a imobilidade e a insuficiência familiar.
O atendimento destes doentes na nova unidade é realizado por uma equipa multidisciplinar composta por médicos internistas com competência em geriatria, apoiados por psiquiatras e fisiatras, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos e assistentes sociais, para uma abordagem integrada e global do doente.
A abordagem inclui não só o tratamento da doença e gestão da medicação, mas também a dieta alimentar, o exercício físico, o estímulo neurocognitivo e a inclusão da família e da sociedade na vida do doente, explicou a coordenadora da Unidade de Geriatria da ULS São José, Heidi Gruner.
A equipa define planos de reabilitação física e psicossocial, conforme as necessidades identificadas, mantendo os doentes o acompanhamento da equipa durante seis meses após a alta do internamento, evitando assim recorrer aos serviços de urgência nesse período.
A par da nova unidade, funciona na ULS São José, no Hospital Curry Cabral, um Hospital de Dia dedicado a geriatria e ainda uma consulta multidisciplinar de geriatria, coordenada também por Heidi Gruner, médica internista que desde finais de 90 se dedica à geriatria, promovendo uma abordagem integrada não só como forma de diagnostico mas também de terapêutica.
A consulta que coordena começou em 2018 com doentes com 75 ou mais anos mas atualmente só recebe pessoas de mais idade, preferencialmente com 85 anos.
“A partir dos 65 anos é considerado idoso mas a verdade é que entre os 75 e os 80 anos estão bem. Os problemas surgem sobretudo a partir dos 85 anos”, justificou Heidi Gruner.
A ULS São José disponibiliza também apoio psicológico e psiquiátrico aos idosos, no serviço de Psiquiatria Geriátrica do Hospital Júlio de Matos, além de um grupo de psicoterapia semanal e aberto ao exterior dirigido a cuidadores, que são na maioria mulheres com mais de 65 anos.
NR/HN/Lusa
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