Ministro da defesa não vê “nenhuma dificuldade” em militares usarem a aplicação StayAway Covid

16 de Outubro 2020

O ministro da Defesa considerou esta sexta-feira que “não há nenhuma dificuldade” para os militares se tiverem de utilizar a aplicação StayAway Covid no dia a dia, e ressalvou que poderão não o fazer em missões nas quais não devam identificar a sua posição.

“Naturalmente que quando os militares estão em alguma missão que exija não se saber a sua posição, naturalmente que nesses momentos têm a geolocalização desligada”, disse o ministro.

João Gomes Cravinho falava à agência Lusa à margem da segunda edição do Seminário do Centro do Atlântico, que decorreu no Instituto da Defesa Nacional, em Lisboa.

“Isto aqui é uma matéria de bom senso, não se disponibiliza a geolocalização quando as circunstâncias exigem que não seja disponibilizada, numa missão de maior perigosidade”, sustentou.

Porém, “no dia a dia normal das Forças Armadas, em território nacional, não há nenhuma dificuldade com a aplicação”, frisou o ministro da Defesa.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou na quarta-feira que o Governo ia apresentar ao parlamento uma proposta de lei para que seja obrigatório quer o uso de máscara na via pública quer a utilização da aplicação StayAway Covid em contexto laboral, escolar, académico, bem como nas Forças Armadas, Forças de Segurança e na administração pública.

A proposta de lei, que deu entrada quarta-feira à noite e prevê multas até 500 euros em caso de incumprimento, “determina a obrigatoriedade do uso de máscara para o acesso ou permanência nos espaços e vias públicas e a obrigatoriedade da utilização da aplicação StayAway Covid”.

O anúncio desta iniciativa do executivo socialista foi feito após o Conselho de Ministros que decidiu elevar o nível de alerta para situação de calamidade em todo o território nacional devido à evolução preocupante da pandemia de Covid-19, bem como a adoção de novas medidas para travar o aumento de casos.

Na quinta-feira, ao longo do dia, os diversos partidos foram-se manifestando no parlamento contra a obrigatoriedade do uso da aplicação, tendo sido levantada por algumas das forças políticas a questão da constitucionalidade da lei.

Mesmo o PS, partido do Governo, afirmou que a bancada ainda não tem posição fechada sobre o uso obrigatório da aplicação Stayaway Covid e pediu audições urgentes de especialistas em saúde, direitos e liberdades e proteção de dados.

O líder do principal partido de oposição, o social-democrata Rui Rio, anunciou que o PSD vai apresentar um diploma idêntico ao do Governo sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras na rua, mas sem as referências ao uso obrigatório da aplicação StayAway Covid.

Na mesma reação no parlamento, Rio admitiu, no entanto, que possa vir a ser obrigatória a utilização desta aplicação, desde que haja garantias da sua eficácia, que considerou não existirem na atual proposta do Governo.

No final do dia, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, admitiu o diploma, apesar das dúvidas sobre algumas medidas, face à “situação de urgência” em função da evolução da pandemia.

Entretanto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já prometeu enviar para o Tribunal Constitucional para fiscalização preventiva a lei que obriga à utilização da aplicação para telemóveis Stayaway Covid, se esta for aprovada pelo parlamento e persistirem dúvidas de constitucionalidade.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Psicólogos escolhem hoje novo bastonário

Mais de 21 mil psicólogos elegem hoje um novo bastonário, numas eleições que contam com três candidatos ao cargo desempenhado desde dezembro de 2016 por Francisco Miranda Rodrigues, que não concorre a um novo mandato.

Europa recomenda reembolso de aplicações digitais de saúde

 A União Europeia (UE) propôs que todos os países membros implementem um sistema que permita o reembolso de aplicações e dispositivos médicos digitais, em resposta ao crescente uso de tecnologias de saúde. 

Novos diagnósticos de VIH aumentam quase 12% na UE/EEE em 2023

 A taxa de novos diagnósticos de pessoas infetadas pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) cresceu 11,8% de 2022 para 2023 na União Europeia/Espaço Económico Europeu, que inclui a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein, indica um relatório divulgado hoje.

Idade da reforma sobe para 66 anos e nove meses em 2026

A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e nove meses em 2026, um aumento de dois meses face ao valor que será praticado em 2025, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.

MAIS LIDAS

Share This