O projeto vencedor, desenvolvido pela equipa médica-científica do IPO do Porto, recebeu um prémio monetário de 10.000 euros destinados à sua implementação, e visa descobrir novos biomarcadores epigenéticos de diagnóstico/prognóstico, não invasivos, bem como novos tratamentos menos tóxicos para o cancro de células germinativas do testículo, um dos tumores mais comuns em homens adolescentes e adultos-jovens.
Através do estudo da epigenética destes tumores, a equipa liderada por João Lobo, Médico Interno de Anatomia Patológica do IPO do Porto, pretende investigar novos biomarcadores epigenéticos que regulam a expressão dos genes das células tumorais e que, por sua vez, permitem identificá-las e destruí-las com baixa toxicidade.
Deste modo, a equipa propõe-se a melhorar o tratamento dos jovens com tumores do testículo, proporcionando-lhes a melhor qualidade de vida possível.
O cancro do testículo representa cerca de 1% dos cancros no homem, sendo diagnosticados 3 a 10 novos casos por ano em cada 100.000 homens, e demonstra um pico de incidência entre os 15 e os 34 anos.
Atualmente, este cancro apresenta cerca de 95% de taxa de cura após tratamento. No entanto, apesar destes valores, os atuais métodos de diagnóstico e de vigilância clínica são invasivos e têm importantes limitações, e os tratamentos disponíveis apresentam toxicidade a longo-prazo, que pode resultar em infertilidade, novos tumores, doenças cardiovasculares, entre outros riscos.
Apesar do ano desafiante, a edição de 2020 do Prémio MSD de Investigação em Saúde superou as expetativas, contabilizando mais de 100 candidaturas, submetidas por equipas e instituições científicas de 28 áreas de interesse, onde se destaca a Oncologia, a Cardiologia, a Endocrinologia e a Infecciologia, provenientes de 14 distritos.
PR/HN/João Ruas
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