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+COVID-19: de vitória em vitória até à derrota final? E onde está o milagre?
O que era previsível para quem estudou (ou leu) alguma coisa de outras pandemias aí está! Os que acertavam no totobola não à 2ª feira, mas à 3ª feira (tinham que ouvir na 2ª feira os resultados obtidos para falar neles na 3ª feira), bateram em retirada ou dizem agora que não são médicos … Mas não fiquem ansiosos que em breve encherão os telejornais e integrarão “painéis” de outos participantes, alguns deles, aparentemente, a dizer não algo diferente, mas exactamente o contrário do que disseram meses atrás.
Mas não desesperemos. O governo atribui à Saúde Pública o equivalente a dois ou três ventiladores e, portanto, tudo se vai compor… Julgo que não andarei muito longe da verdade se disser que a maior ignorância se expressa, desenvergonhadamente, nos distúrbios narcísicos da personalidade que, infelizmente, contribuem muito pouco para a gestão de risco que a todos nos deveria mobilizar. Mas não desesperemos, é o que há!
Imaginem a mobilização de tratadores (e não de rastreadores!) nas Unidades de Cuidados Intensivos. É difícil encontrar palavras que, na perspectiva positiva, interpretem a “leitura” dos factos actuais no contexto da gestão do risco pandémico. É, mais ou menos, o resultado da prescrição de uma terapêutica correctíssima a um diagnóstico completamente errado!
Talvez o pior de tudo se centre na estratégia gradativa da aplicação de medidas preventivas. Há muito que se sabe que a estratégia das “bundles”, ou feixes, é muito mais eficaz do que “a hidratação às colherinhas de chá” mas a politics foi demasiado promíscua com as policies, durante demasiado tempo e a perspectiva da culpa é totalmente inadequada no combate à pandemia.
Será que a gravidade da actual situação é suficiente, não para suprir as nossas insuficiências, mas para dar mais eficácia aos recursos disponíveis?
Será que “queimar” o avanço que temos de duas a três semanas em relação a outros países europeus vai continuar a ser a regra?
A rapidez de actuação, deve repetir-se de novo até à exaustão, é totalmente decisiva no combate à pandemia e, apesar disso, não se pode dizer que as estratégias de acção acompanhem muito, com a urgência necessária, o actual cenário epidémico. Adicionalmente, também se deve repetir até à exaustão, não há risco zero e é incompreensível a displicência que se dedica por exemplo ao tempo de quarentena e a incoerência dessas medidas com a necessidade de manter, o mais viva possível, a nossa actividade económica. Recorde-se que a gestão de risco é sempre uma questão de probabilidades!
Além disso, de facto, as formas organizadas de combate à pandemia dirigidas à população (ou se se preferir as medidas de Saúde Pública), por melhores que sejam, dependerão sempre de cada um de nós individualmente e o que cada um de nós pode contribuir para isso não é substituível por nada. Será a nossa estratégia de “comunicação de risco” a melhor? Deve, igualmente, ser repetido até à exaustão que a perspectiva da culpa é inimiga da perspectiva do risco, indispensável à sua gestão!
A “politização” da luta contra a pandemia, está demonstrado por esse mundo fora, é inimiga da eficácia das estratégias de acção de natureza preventiva. De que estamos à espera para melhorar as nossas estratégias de acção? Se ajudar, diremos que a desinsuflação dos egos é, seguramente, uma das mais eficazes medidas do sucesso do combate à pandemia! De facto, o que tem que ser insuflado é o modo como combatemos o SARS-CoV-2.
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